Trazemos em nossa constituição humana a presença forte das nossas emoções, desde aquelas mais primitivas e de sobrevivência até aquelas mais pensadas e particulares. Algumas emoções agem de forma a nos proteger e alertar de perigos e outras nos levam a alcançar novos objetivos, o que nos move a comportamentos. Assim, as emoções partem do intrapsíquico para o interpsicológico. Ao mesmo tempo, podem ser ativadas por algo do ambiente que afetam nossos sentidos e ativam o sistema emocional, gerando respostas comportamentais, novos pensamentos e memórias.
Henri Wallon nos diz que somos seres de emoção, movimento e cognição. O que ele está apontando é que nossas emoções se expressam por meio do corpo, ainda que algumas sejam desestabilizadoras do ambiente. Por exemplo, se o choro do bebê não mobilizasse a mãe ou alguém que faça essa função de cuidado, certamente o bebê passaria por alguma necessidade, mas porque o choro gera no outro alguma atitude para resolver a situação, esse bebê sobrevive. Ele também aponta o efeito epidêmico que as emoções possuem, e podemos perceber este evento nos estádios de futebol ou mesmo quando ocorre acidente nas ruas.
Sabendo então que as emoções podem provocar alterações em nosso organismo, nos comportamentos, nos ambientes e nas relações, é necessário pensarmos sobre elas. Como surgem, o que as disparam, como expressá-las de forma mais conveniente e saudável, quais consequências provocam, são positivas ou não…. Mas, afinal, como podemos classificar uma emoção como positiva ou insatisfatória?
As emoções positivas são aquelas que provocam bem-estar, uma sensação de satisfação pessoal, de realização. Até mesmo quando conseguimos equilibrar as perdas e as frustrações, quando a raiva ou as situações negativas vêm e conseguimos “colocar na balança” as aprendizagens e os ganhos. Emoções positivas não dizem respeito a estar sempre tudo bem e resolvido, significa que lidamos bem com o que sentimos e, especialmente, com o que fazemos frente aos sentimentos.
Os adolescentes e jovens carregam a fama de serem impulsivos e reativos às situações, em alguns casos se esquivam ou fogem, em outros enfrentam e respondem diretamente sem pesar as consequências do comportamento. A partir do momento que tomamos consciência do que sentimos e porquê sentimos, temos a possibilidade de escolher como iremos agir. Nossas emoções estão vinculadas às crenças, ao raciocínio e ao comportamento.
A inteligência emocional pode e precisa ser desenvolvida para que haja aperfeiçoamento no modo de pensar sobre si mesmo e sobre os outros, sem crenças distorcidas nem imagem ilusória sobre as circunstâncias. Por isso, é fundamental ter clareza dos fatos reais vivenciados para que imagens e sentimentos equivocados não sejam evocados.
Deste modo, compreender o que estamos sentindo, o que provocou aquela dada emoção e o modo como agimos em relação à tal situação contribui para o autoconhecimento e autodesenvolvimento. Sentir emoções é inevitável e pode ser algo maravilhoso se conseguirmos equilibrá-las de modo saudável e, especialmente, expressá-las sábia e coerentemente.
Profª. Ma. Juliana de Souza Ferreira Vieira
Docente do Curso de Psicologia do Centro Universitário Ateneu
Mestra em Psicologia, especialista em Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica e graduada em Psicologia
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