Caminho sanitário do farmacêutico nas farmácias comunitárias: conquistas e desafios

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O farmacêutico, no que lhe concerne em uma farmácia comunitária, deve ser o responsável por executar a gestão e a capacitação em todos as etapas que está relacionada a aquisição de medicamentos, qualidade e logística de fármacos e demais produtos disponíveis nesses estabelecimentos, bem como a atuação no cuidado farmacêutico, garantindo o uso racional de medicamentos.

O farmacêutico que age nas farmácias comunitárias são os últimos profissionais da saúde a ter comunicação com os pacientes. Por isso, as práticas farmacêuticas são tão importantes na promoção de saúde da população, segurando contra os problemas adversos do uso dos medicamentos, bem como o bem-estar geral dos pacientes. Vale ressaltar que qualquer fármaco, por mais tolerante que seja, pode promover reações indesejáveis, problemas estes que são inatos a esses produtos, sendo a atuação sanitária do farmacêutico em todo horário de funcionamento, nesses tipos de estabelecimentos.

Mas essa ampla e estável atuação profissional sanitária farmacêutica nas farmácias comunitárias nem sempre foi assim. Após a Revolução Industrial e logo a Evolução Tecnológica da Computação, o farmacêutico afastou-se da atenção básica, da comunidade, deixando a botica, direcionando assim para a pesquisa, a tecnologia e o aperfeiçoamento dos medicamentos na área industrial. Atualmente, ao perceber que um medicamento altamente eficaz que o paciente não tem acesso de forma adequada e qualificada, não se promove a saúde comunitária, fato que se tem efetivado a ação do farmacêutico nas farmácias comunitária, esse, por sua vez, voltando para assistência primária de saúde.

Esse caminho de retorno a ação coletiva dos farmacêuticos das farmácias comunitárias iniciou com o controle técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial (portaria nº 344/98) e logo dos antimicrobianos (RDC 44/09 e RDC 44/10), garantindo a sua presença nessas unidades. Outra legislação atual que fortaleça a presença farmacêuticas na assistência primária é a lei nº 13.021/14 que estabelece as farmácias e drogarias (as farmácias comunitárias privadas) uma unidade de saúde e não só apenas um comércio. Nos últimos anos, cresce a atenção farmacêutica com a prescrição farmacêutica e os consultórios farmacêuticos (RDC 586/13), e a autorização de vacinação pelo farmacêutico (RDC 654/2018).

Muitas conquistas foram alcançadas pela categoria farmacêutica no fortalecimento de sua atuação sanitária na atenção básica, mas ainda há muitos desafios a se ater e superar como a capacitação contínua profissional, o caminho do empreendedorismo pelo farmacêutico e a resistência contra a precarização trabalhista do capitalismo. Embora nem sempre a concorrência seja vista como algo bom/legal, um comércio que conta com profissionais mais qualificados passa a ser mais exigente, dando importância para aqueles que se aperfeiçoarem de fato e dando margem para modificações da legislação, em vantagens ao profissional. Por isso, é tão importante reforçar a necessidade do farmacêutico para a saúde do país, de forma que ele seja valorizado tanto pela comunidade e colaboradores como pelos outros profissionais de saúde e, sejam eles do setor da farmácia comunitária público ou privado.

Prof. Dr. Alexandre Pinheiro Braga

Docente do Curso de Farmácia do Centro Universitário Ateneu

Doutor e mestre em Saúde Coletiva, especialista em Saúde Coletiva, em História e Cultura Afro-Brasileira, em Gestão da Assistência Farmacêutica, em Farmacologia Clínica, em Saúde Pública, em Administração Hospitalar e Gestão da Qualidade em Sistema de Saúde e graduado em Química e Farmácia

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