O infarto agudo do miocárdio (IAM) representa a principal causa de morte na população mundial. O IAM resulta da interrupção do fluxo sanguíneo no músculo cardíaco, que então não recebe oxigênio adequadamente, caracterizando um quadro clínico de isquemia. Os eventos cardíacos como IAM estão relacionados ao aumento dos níveis séricos do colesterol (LDL) com consequente formação de placas de gorduras nas artérias (aterosclerose). Além disso, tabagismo, estresse e diabetes melitus também corroboram para seu surgimento.
Efetivamente, o IAM desencadeia um quadro clínico grave que determina o investimento de medidas que sejam preventivas ou para tratamento dos danos causados pelo mesmo. Nesse sentido, várias pesquisas já revelaram que o exercício físico produz um efeito direto no músculo cardíaco, conferindo cardioproteção contra lesões ocasionadas por isquemia ou reperfusão.
Destaca-se que a literatura aponta que o indivíduo não precisa se tornar um atleta para colher os benefícios cardioprotetores ocasionados pela prática do exercício físico. Assim, atividades físicas simples aleatórias ou guiadas já proporcionam uma melhora da função cardíaca. Sob essa ótica, se pode ter como válido um passeio com o cachorro nos quarteirões próximos de casa ou mesmo subir rotineiramente uma rampa ou alguns lances de escada.
Outrossim, sugere que após o exercício físico o miocárdio sofre adaptações bioquímicas específicas, que são independentes de alterações musculares ou no fluxo sanguíneo, conferindo cardioproteção. Uma dessas adaptações é o aumento da capacidade antioxidante das células cardíacas, promovendo menor acúmulo de espécies reativas de oxigênio (EROs) ou radicais livres, nas mitocôndrias cardíacas. Ademais, outras proteínas e vias metabólicas, como a do óxido nítrico, estão envolvidas nessas adaptações.
No que concerne ao perfil lipídico do indivíduo, a prática regular de exercício físico aumenta o gasto calórico, colaborando para a manutenção adequada do percentual de gorduras no sangue ou mesmo associada aos órgãos, a gordura intrínseca. Dessa maneira, contribui para o controle dos níveis séricos de colesterol e para prevenção de eventos cardíacos.
Portanto, manter-se ativo é fundamental para a saúde do coração. Assim, seja a realização de exercícios regulares orientados, a prática do seu esporte preferido, a ida à academia e atividades como dançar, caminhar na praça ou mesmo a execução de atividades rotineiras proporcionam múltiplos proveitos para o funcionamento saudável do coração.
Profª. Drª. Nila Maria Bezerril Fontenele
Docente do Curso de Educação Física do Centro Universitário Ateneu
Doutora em Bioquímica, mestra em Engenharia Civil (Recursos Hídricos) e graduada em Ciências Biológicas
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