A Saúde Coletiva no Brasil originou-se de movimentos sociais na década de 1970, onde várias discussões foram postas em pauta acerca da conformação, até então, sumariamente epidemiológica da saúde pública, cujo enfoque estava somente no tratamento de doenças. Por sua vez, a Saúde Coletiva está elencada em três pilares (Epidemiologia; Política, Planejamento e Gestão em Saúde; e Ciências Sociais), buscando, dessa forma, ampliar o olhar do status de saúde para além da doença, ou seja, o que pode ser feito para preveni-la e promover a saúde.
Partindo deste contexto, então como seria a atuação do profissional da Nutrição na Saúde Coletiva? O Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), por meio da Resolução Nº 600/2018, divide as áreas de atuação e as atribuições do profissional, sendo uma delas a de Nutrição em Saúde Coletiva, a qual inclui a assistência e educação nutricional individual e coletiva, subdividindo-se em políticas e programas institucionais, como a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN), o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Bolsa Família, o Banco de Alimentos, os restaurantes populares, as cozinhas comunitárias, a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP), a rede socioassistencial, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), a Atenção Básica em Saúde, dentre outros.
Entrando nesta seara, o nutricionista, em sua conduta profissional, não olhará para os indivíduos e coletividades de forma simplista, uma vez que os problemas nutricionais que chegarem para ele estão inseridos em uma rede complexa de causalidade advinda de vários fatores, dentre eles, políticos, socioeconômicos, ambientais, os quais vão além da abordagem biológica convencional.
Com isso, o conceito de Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e da promoção da saúde interligam-se com o contexto compreendido pelas estratégias que darão o diagnóstico situacional para controle e prevenção de doenças relacionadas à alimentação nas diferentes fases da vida, dos diversos povos, conforme seus determinantes ambientais, dentro de um cenário político e de programas que estarão em interface com a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), inseridos no Sistema Único de Saúde (SUS).
Profª. Isabela Natasha Pinheiro Teixeira
Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário Ateneu
Mestranda em Saúde Coletiva, especialista em Nutrição Clínica e Fitoterapia Aplicada e em Nutrição Clínica e Esportiva e graduada em Nutrição e em Gestão Ambiental
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