A saúde bucal é essencial para o bem-estar, mas o acesso a um atendimento odontológico adequado ainda é um desafio para muitas pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Questões sensoriais, comportamentais e a falta de preparo dos profissionais dificultam essa assistência. É urgente refletir sobre como tornar a Odontologia mais acessível, humana e inclusiva para esse público.
O atendimento a pacientes com TEA exige mais do que técnica. É necessário empatia, paciência e adaptação. Muitos apresentam hipersensibilidade à luz, ao som ou ao toque, o que torna o ambiente do consultório um fator de estresse. Também é comum a necessidade de previsibilidade e resistência a mudanças, exigindo que o profissional adote uma abordagem individualizada.
Medidas simples fazem grande diferença: reduzir estímulos visuais e auditivos, permitir a presença de um cuidador ou objeto de conforto e realizar visitas de ambientação antes do procedimento podem tornar o atendimento mais eficaz e menos traumático. Usar linguagem acessível, recursos visuais e explicar cada etapa também ajudam a criar um ambiente de confiança.
Infelizmente, ainda há falta de preparo nas graduações e entre profissionais já formados. Muitos não se sentem seguros para realizar esse tipo de atendimento, o que acaba excluindo essas pessoas do cuidado odontológico. Por isso, a formação universitária deve incluir conteúdos específicos sobre o atendimento a pessoas com deficiência, como o autismo, por meio de disciplinas, estágios e vivências interdisciplinares. Assim como acontece na UniAteneu, as universidades têm papel fundamental na construção de uma Odontologia mais consciente e preparada para acolher todos.
Garantir o atendimento odontológico adequado a pessoas com TEA é um dever ético, legal e humano. A prática clínica deve se adaptar às necessidades desses pacientes, promovendo um cuidado individualizado e respeitoso. Profissionais mais preparados e ambientes mais acolhedores são fundamentais para transformar a experiência dessas pessoas com a Odontologia. Incluir é garantir o direito ao sorriso.
Prof. Antônio Rafael Oliveira e Silva
Docente do Curso de Odontologia do Centro Universitário Ateneu.
Mestrando em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial, especialista em Ortodontia, em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais e em Periodontia e graduado em Odontologia.
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