Iniciado o período chuvoso no Ceará, começam a surgir os primeiros registros de alagamento do ano, causando transtornos à toda a população. Os alagamentos são causados pelo acúmulo temporário de água em áreas onde o sistema de drenagem não está à contento. Geralmente, estes casos vêm de encontro com críticas à classe política, aos engenheiros e aos arquitetos responsáveis pelo projeto e execução destas obras. Entretanto, parte do problema é gerado por falta de informação da população.
As águas das chuvas seguem a topografia do terreno, criando rios e canais por onde transitam. Em um terreno natural, parte dessa água será infiltrada no solo, reabastecendo o lençol freático e umidificando as camadas mais superficiais. Quando o solo não for mais capaz de absorver essa água, se inicia o escoamento superficial. À medida que a cidade se desenvolve, a taxa de permeabilidade do solo se reduz, aumentando o volume de água escoado. É aí que surgem os transtornos e se faz necessário a instalação de sistemas de drenagem, que buscam acelerar o transporte deste volume de água.
Aqui, entra em cena o conceito de taxa de permeabilidade, que corresponde a uma fração do lote que deve permitir a infiltração de água, devendo permanecer totalmente livre de qualquer edificação, conforme a Lei Municipal n˚ 7987 de 1996. Essa taxa varia a depender da microzona de densidade. Têm-se, por exemplo, os bairros Centro e Aldeota com taxa de permeabilidade mínima de 20%, enquanto bairros que possuem menor infraestrutura de drenagem como Messejana e Castelão, com taxa mínima de 40%.
A população então deve garantir que em seus lotes haja condições para a infiltração, reduzindo, portanto, o volume de água lançado no sistema de drenagem urbana. Infelizmente, é comum ver lotes com 100% de taxa de ocupação, onde a água captada pelo telhado é simplesmente lançada na rua ou no sistema de esgotamento sanitário (prática proibida). Essas práticas sobrecarregam o sistema de drenagem, que ao não ser capaz de escoar este volume de água, geram inúmeros prejuízos.
Prof. Me. Thales Henrique Silva Costa
Coordenador do Curso de Engenharia Civil e Engenharia de Produção do Centro Universitário Ateneu
Mestre em Engenharia Civil, especialista em Gerenciamento de Obras e em Engenharia Ambiental e graduado em Engenharia Civil e em Ciência e Tecnologia
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