A importância da escola na educação patrimonial

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Patrimônio histórico-cultural significa tudo que é produzido por uma sociedade, de forma material e imaterial e que precisa ser preservado, pois representa a riqueza de um povo, carregando a sua história e tradição. A preservação é importante, pois significa que podemos ter uma sociedade que valoriza e respeita a sua cultura e que teremos cidadãos mais comprometidos com a nossa herança cultural. Mas para preservar, é preciso conhecer para poder cuidar e ao perceber essa importância, é preciso ensinar crianças e jovens a ter cuidado com o patrimônio e isso requer que seja iniciado desde cedo, em casa, mas também na escola.

A escola tem grande importância na vida das crianças e dos jovens e tem como uma das funções proporcionar ao indivíduo condições de ser crítico e consciente para que possa exercer sua função quanto cidadão, mas se a escola não prepara para tal, Saviani (2000, p35), questiona: “[…] que sentido terá a educação se ela não estiver voltada para a promoção do homem”? Para isso, é necessário que a escola promova uma educação que transforme, oferecendo instrumentos para os jovens, para que possam transformar desde cedo, suas relações sociais. Freire (2005) explica que para ter uma educação transformadora, é necessário mudar a forma de como o ensino é oferecido para uma maneira que proporcione uma emancipação como prática de liberdade.

A educação patrimonial ainda é desconhecida da sociedade e dentro da própria escola, muitas vezes sendo associada a uma disciplina específica. Então, mais do que trabalhar conteúdos específicos, é necessário que a escola amplie o seu contato com a comunidade em que seus alunos estão inseridos, proporcionando vivências locais através de produções culturais realizadas pelos alunos e a partir disso, trabalhar a percepção de que eles fazem parte de uma sociedade como um todo, e que as atitudes deles tem uma grande importância para a preservação patrimonial. Esse processo envolve várias dinâmicas e esse sentimento de pertença precisa ser incentivado, trabalhado.

É preciso ter uma postura de interdisciplinaridade e reflexão do espaço urbano e patrimônio a ser trabalhado pela escola, mas de forma consciente, Arroyo (2005, p33), coloca que: “[…]as escolas assumam seu papel de ressignificar as relações entre os educandos enquanto cidadãos e a cidade, sua memória, sua história, seu passado e seu presente […]”.  Nesse sentido, trabalhar essa temática no currículo escolar, de forma mais reflexiva sobre o espaço em que se vive, é um grande compromisso da escola, pois torna o indivíduo consciente da sua pluralidade, tendo mais compromisso com o mundo a sua volta e dos seus deveres enquanto cidadão.

REFERÊNCIAS

ARROYO, Michele Abreu. Educação Patrimonial ou a cidade como espaço educativo? In: Revista Outro Olhar – revista de Debates. Ano IV, n. 4, BH, out. 2005.

SAVIANI, D., Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações, 7. ed. Campinas: Autores Associados, 2000.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 31. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2005

Profª. Lucíola Lima Caminha Pequeno
Docente do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Ateneu
Especialista em Docência em Educação a Distância (EaD) e graduada em Pedagogia

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