Embora ainda pouco comentado, o câncer de boca representa um sério problema de saúde pública no Brasil. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), são estimados mais de 15 mil novos casos por ano, sendo mais de 10 mil em homens. Esses números colocam a doença entre os tipos de câncer mais frequentes no país.
Os principais fatores de risco são bem conhecidos: cigarro, bebida alcoólica, exposição solar sem proteção (especialmente nos lábios), má alimentação e infecção pelo vírus HPV. O câncer de boca também está associado à falta de informação e ao acesso limitado à prevenção.
Feridas na boca que não cicatrizam, sangramentos, dor persistente ou alterações de cor em gengivas e mucosas são sinais que não devem ser ignorados. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maior a chance de tratamento com sucesso. Muitas pessoas ainda associam a ida ao dentista apenas à dor de dente ou à estética. No entanto, o cirurgião-dentista tem papel fundamental na detecção precoce de lesões suspeitas. A saúde bucal deve ser parte do cuidado geral com o corpo.
A educação em saúde é essencial para mudar esse cenário. Como professora e especialista, vejo a necessidade urgente de ampliar o diálogo com a população, especialmente, em regiões onde o acesso aos serviços é mais difícil. Prevenir o câncer de boca começa com informação. E salvar vidas depende, muitas vezes, de um simples exame na cadeira do dentista.
Profª. Emanuelle Craveiro de Melo
Docente do Curso de Odontologia do Centro Universitário Ateneu.
Mestranda em Multiprofissional em Oncologia, especialista em Prótese Dentária, em Implantodontia e em Reabilitações Estéticas e graduada em Odontologia.
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