A insuficiência renal crônica (IRC) representa um dos maiores desafios na prática de Enfermagem, especialmente, em unidades de terapia intensiva (UTIs). A alta morbimortalidade associada à IRC, somada à necessidade de um manejo multidisciplinar, enfatiza a relevância do papel do enfermeiro nesse contexto. A prática da Enfermagem na UTI envolve a manipulação de máquinas de hemodiálise, o gerenciamento do acesso vascular e a observação contínua de complicações. Essas tarefas não só demandam um conhecimento técnico robusto, mas também uma capacidade de avaliação clínica aguçada e uma abordagem humanizada.
O controle hídrico e de eletrólitos, por exemplo, é fundamental para evitar complicações graves e potencialmente fatais. Além das habilidades técnicas, a humanização do atendimento é destacada como um componente essencial. A construção de um relacionamento empático e comunicativo entre os profissionais de saúde, os pacientes e suas famílias podem influenciar positivamente o processo de recuperação. Em uma UTI, onde os pacientes frequentemente enfrentam situações de extrema vulnerabilidade, a presença de um enfermeiro atento e sensível pode fazer a diferença no enfrentamento da doença.
No contexto da educação em Enfermagem, é imperativo que os graduandos compreendam a complexidade da IRC e a importância de uma abordagem holística. A formação acadêmica deve preparar os futuros enfermeiros não apenas para a execução de procedimentos técnicos, mas também para o desenvolvimento de habilidades interpessoais e de gestão de cuidados complexos. A adoção da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é um exemplo de como o conhecimento teórico pode ser aplicado de forma prática para garantir um atendimento de qualidade.
Por fim, a constante atualização e a busca por novas evidências científicas são cruciais para o avanço da prática de Enfermagem. Estudos futuros devem focar na cultura de segurança do paciente e no desenvolvimento de ferramentas de análise eficazes para melhorar a qualidade da assistência prestada aos portadores de IRC. A capacitação contínua e a especialização em áreas como a Nefrologia são fundamentais para que os enfermeiros possam desempenhar seu papel com excelência.
Em conclusão, a assistência de Enfermagem aos portadores de doença renal crônica na UTI é uma área de extrema importância e complexidade. Os enfermeiros devem estar preparados para enfrentar desafios técnicos e emocionais, sempre com foco na humanização do atendimento e na melhoria contínua da qualidade dos cuidados prestados. A educação dos graduandos de Enfermagem deve refletir essa realidade, preparando-os para serem profissionais competentes e empáticos.
Prof. Denílson Félix Teixeira dos Anjos
Docente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Ateneu
Especialista em Urgência e Emergência, graduado em Enfermagem e instrutor do Advanced Cardiovascular Life Support pela American Heart Association (ID: 08200887063)
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