A pesquisa é um dos pilares da U. Nos cursos de graduação e de pós-graduação, normalmente é exigido um Trabalho de Conclusão de Curso – o TCC – como um dos requisitos para a formação em nível superior. Para tanto, é necessária justamente a pesquisa. Mas quais as interligações entre pesquisa, formação profissional e cidadania? Ora, a pesquisa de caráter científico parte de observações críticas da realidade vivida e dos problemas percebidos a partir desse processo.
Os pesquisadores buscam respostas para questões levantadas, sendo a pesquisa instrumento para se entender o problema e propor soluções. Eis a ligação com a formação para a cidadania: produzir conhecimentos que ajudem a resolver os problemas da sociedade. Afinal, não é o que preconiza a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a LDB, quando estabelece os princípios da educação no Brasil, sendo um deles preparar para o exercício da cidadania? E, entendemos aqui que cidadão é aquele que usufrui direitos, mas também tem deveres, dentre eles, contribuir para constante construção e melhoria da sociedade na qual vive.
Em geral, um projeto de pesquisa apresenta uma estrutura que passa pelo estabelecimento de problemas, hipóteses e objetivos, apresenta uma fundamentação teórica (onde conta com contribuições de outros estudiosos) e uma proposta metodológica para o desenvolvimento das investigações. Percorrer esta trajetória quase sempre é um desafio para o aluno da graduação. Por outro lado, ele conta com o apoio institucional e com o acompanhamento de seus professores que, em tese, também são pesquisadores.
O aluno aprende que a pesquisa é de sua autoria, mas não deixa de ser também ação coletiva. Muitas vezes, é preciso tomar decisões levando em consideração as contribuições da comunidade pesquisadora. São muitos desafios, mas, no final do processo, reconhece-se que a pesquisa é uma espécie de divisor de águas na formação. A “defesa” do TCC torna-se, ou deveria ser, uma espécie de ritual de passagem para o graduando. Da mesma forma para os pós-graduandos, ao concluírem seus cursos.
Ao desenvolver uma pesquisa, o discente não apenas se aprofunda em determinada temática de estudo; desenvolve também um conjunto de habilidades que lhe permite uma competência pesquisadora que constituirá instrumento de grande valia em sua atuação profissional. Ou será que todos os saberes são completamente desenvolvidos na graduação ou mesmo em uma pós?
A experiência aponta que a formação profissional é uma trajetória de vida! Para tanto, é preciso aprender a aprender, ter a capacidade de desenvolver novos conhecimentos a partir de reflexões teóricas articuladas com a vida prática. Portanto, ao desenvolver e aprofundar noções de pesquisa, o profissional adquire um instrumental de grande importância para o seu constante aperfeiçoamento. Vale ressaltar que aqui reside a diferença entre profissionais que apenas replicam informações já existentes e aqueles que vão além, que “pensam fora da caixa”. É nesse processo que as habilidades de pesquisador fazem a diferença.
Profissionais que exercem seus ofícios guardando tino para pesquisa quase sempre se destacam, pois geralmente possuem maior curiosidade intelectual e mais capacidade de observar o mundo e seus desafios; reúnem melhores condições para selecionar criticamente boas fontes de informações a fim de interpretar a realidade de forma mais global e, por conseguinte, maior capacidade de tomar boas decisões e de resolver problemas. Enfim, ao trilharem esse caminho, reafirmam sua condição cidadã.
Prof. Dr. Janote Pires Marques
Docente do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Ateneu
Doutor em Educação Brasileira e mestre e graduado em História (Licenciatura)
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