Os esportes, na sua expressão moderno-contemporânea, podem ser compreendidos como elementos da cultura corporal do movimento que, situados em um contexto sociocultural, se estruturam em torno de regras e características específicas, além de perpetuarem preceitos sociais, tais como costumes, valores, comportamentos de forma intrínseca, manifestando-se de forma individual ou coletiva.
Nesse prisma, ao representar um escopo de produção cultural que tem perpassado os diversos períodos históricos, os esportes tem evoluído de maneira a se inserirem nos mais diferentes espaços relativos à Educação, de modo geral, tendo em vista que o corpóreo é objetivo passível de intervenção educacional, aspecto que tem sido fomentado essencialmente na modernidade.
Mediante tal ótica, a escola, em tempos atuais, é um dos principais espaços cuja prática esportiva tem se difundido, fazendo-se conteúdo primordial a ser desenvolvido nos currículos. Todavia, no que se refere ao ensino dos esportes no âmbito da escola, se identifica mecanismo intervencionistas limitantes, no tocante a abordagens que, nessa conjuntura, deveriam favorecer a dimensão pedagógica que está imbricada nos fenômenos esportivos.
Em razão disso, os desdobramentos desse elemento da cultura corporal no interior dos espaços formais de ensino têm se caracterizado por uma dificuldade visível em se atribuir objetivos e finalidades significativas ao processo de ensino-aprendizagem e aos currículos, condição que é entendida como uma prática que unicamente se dá de “esporte na escola” por meio da ênfase no rendimento técnico.
Na intencionalidade de se transformar essa premissa, entende-se que as vivências propiciadas na escola por meio dos esportes necessitam contribuir para uma apropriação cultural de tais elementos, para que assim torne-se possível romper com uma perspectiva de ensino-aprendizagem pautado puramente em uma vertente tecnicista. Nesse intento, fomentar o “esporte da escola” significa promover uma aproximação do educando com tais práticas a partir de um viés cuja centralidade resida na formação integral sob uma abordagem pedagógica crítico-reflexiva acerca das engrenagens que constituem e permeiam tal fenômeno, visão que não tem por intuito negacear ou abolir o uso da técnica, mas sim atrelá-la ao seu potencial pedagógico.
Face a tal arranjo, faz-se imprescindível o norteamento das aulas de Educação Física Escolar na qual os conteúdos a serem enfatizados estejam orientados sob uma abordagem pedagógica propiciadora de uma fundamentação crítico-reflexiva, na finalidade de se impulsionar a prática do esporte que seja da escola, cuja pauta esteja balizada em aspectos como inclusão, participação e cooperação que tenham enfoque nas intervenções.
Profª. Ma. Ana Patrícia Freires Caetano
Docente do Curso de Educação Física do Centro Universitário Ateneu
Mestra em Educação, especialista em Atividades Aquáticas e graduada em Educação Física
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