Homens e mulheres são marcados por variações anatômicas e alterações posturais ao longo da sua vida. Algumas delas, eventualmente, podem trazer disfunções musculoesqueléticas em loco ou à distância. Portanto, indivíduos com sobrepeso ou praticantes de atividade física precisam ficar atentos a estes sinais. Para um leigo no assunto, parece improvável que a posição e formato dos arcos dos pés possam interferir na postura.
Popularmente conhecidos como cava dos pés, os arcos plantares possuem o papel de amortecimento de impactos em atividades funcionais e são indispensáveis para o equilíbrio durante a caminhada e na posição estática. Assim, permitem a adaptação do pé aos diferentes tipos de terreno com melhor eficiência. Tal vantagem facilita a dissipação de cargas mecânicas referentes ao peso corporal frente às circunstâncias mais diversas e adversas do terreno como relevo, inclinação, dureza e aderência.
É comum encontrar pais preocupados com o arco plantar plano de seus filhos durante a primeira infância, que vai do nascimento até os seis anos de idade. Entretanto, é a partir dessa idade que a criança desenvolve a sua cava do pé. Mas para que o desenvolvimento dessa cava aconteça naturalmente, é necessária a estimulação de brincadeiras a céu aberto com esses pequenos, como correr e pular em diferentes tipos de terrenos. Assim, estaremos cuidando da formação do arco longitudinal medial do pé que é o maior e mais importante.
O tipo de pisada quando adulto também não pode ser negligenciada. A supinada, que é caracterizada pela acentuação do arco plantar, sugere uma descarga excessiva na borda lateral do pé e, consequentemente, desgaste do seu tênis na mesma localização. Esta situação é provocada pelo encurtamento de músculos localizados na sola do pé, como o quadrado plantar e tibial posterior. Tal situação pode provocar dor na articulação do joelho devido à rotação externa da tíbia, assim como fascite plantar e canelite em atletas. Já o desgaste na porção medial do calçado é indicativo de pronação excessiva do pé no momento da pisada. O pé plano provoca rotação interna da tíbia, sobrecarga na articulação do joelho, além de dor nos metatarsos e calosidades.
Portanto, com uma avaliação fisioterapêutica através da baropodometria computadorizada, do plantígrafo e do podoscópio é possível mensurar essas alterações. São exames simples, não invasivos onde a imagem da planta do pé é capturada e analisada. De posse destas informações e embasado nos conhecimentos de cinesiologia e biomecânica, o profissional fisioterapeuta vai traçar um plano de exercícios que são capazes de corrigir a postura, melhorar a saúde dos pés e, consequentemente, a funcionalidade do indivíduo. O uso de órteses, como palmilhas ortopédicas, também pode ajudar nesse processo corretivo.
Prof. Me. Daniel Nogueira Barreto de Melo
Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Ateneu
Mestre em Fisioterapia e Funcionalidade, especialista em Fisioterapia Esportiva, em Osteopatia Estrutural e em Fisioterapia em Traumatologia e Ortopedia e graduado em Fisioterapia
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