A interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade na saúde tem sido um conceito muito discutido há várias décadas, refletindo a necessidade de um trabalho colaborativo entre diferentes áreas do conhecimento. No entanto, esse modelo de atuação conjunta enfrenta desafios históricos e culturais, como a segmentação dos saberes e a resistência à integração de práticas. Superar essas barreiras torna-se essencial para a construção de um profissional de saúde mais completo, diante de uma sociedade cada vez mais complexa.
Profissões como Nutrição, Fisioterapia, Educação Física, Farmácia, Estética e Biomedicina são áreas que, quando atuam de forma integrada, têm um impacto significativo no tratamento e bem-estar do paciente. Cada uma dessas áreas traz uma perspectiva única, mas, quando compartilham saberes e práticas, contribuem para um atendimento mais holístico e eficaz. Por exemplo, um paciente com dificuldades de mobilidade pode se beneficiar de um tratamento que envolva fisioterapeutas para reabilitação, nutricionistas para suporte nutricional que otimize a recuperação e educadores físicos para orientar exercícios que complementem a reabilitação.
A Nutrição, com sua compreensão sobre os alimentos e suas interações com o corpo, pode colaborar na prevenção e tratamento de doenças crônicas, oferecendo dietas personalizadas que otimizem os resultados de outros tratamentos. Já a Fisioterapia e a Educação Física são essenciais para a reabilitação e o fortalecimento muscular, mas, quando alinhadas a outras áreas, como a Farmácia, podem garantir a adequação de medicamentos e terapias físicas, minimizando efeitos colaterais e potencializando a recuperação.
Por exemplo, o trabalho do nutricionista é fundamental em conjunto com um fisioterapeuta, ao se depararem com um paciente acamado, necessitando de suporte ventilatório ou não, com grande perda de massa muscular devido à imobilidade. Sem o aporte nutricional protéico adequado, não há exercício terapêutico do mundo que faça este mesmo paciente ganhar massa muscular, e, consequentemente, a recuperação e ganho de força do músculo não ocorrerá.
Em situações como condições crônicas e irreversíveis (traumatismo raqui – medular, patologias neurológicas graves), a motivação e resiliência do paciente são ferramentas primordiais para adesão e sucesso terapêutico. Logo, se o indivíduo está com crises de ansiedade, depressão e até pânico, a equipe precisa ter a sensibilidade de perceber que deverá haver a entrada de um suporte psicológico e/ou psiquiátrico.
Ao trabalhar em conjunto, essas profissões podem superar a fragmentação do trabalho em saúde, criando uma rede de cuidados que considere todas as dimensões do ser humano. A interdisciplinaridade permite não apenas uma visão mais ampla e precisa das necessidades do paciente, mas também fortalece a confiança no processo terapêutico, tornando o profissional de saúde mais completo e preparado para lidar com as complexidades do ser humano.
Profª. Drª. Denise Gonçalves Moura Pinheiro
Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário Ateneu
Doutora em Cuidado em Saúde, mestra em Medicina Preventiva e graduada em Fisioterapia
Profª. Ma. Gerusa Matias dos Santos
Coordenadora do Curso de Nutrição do Centro Universitário Ateneu
Mestra em Ciência e Tecnologia de Alimentos, especializanda em Alimentos Funcionais e Nutrigenômica: implicações práticas na Nutrição Clínica e graduada em Nutrição.
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