Sobre pomaredos e emprego

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Hoje cedo, saí para passear pelo meu pomar. Já fazia tempo que não me dava a esse luxo. Até já tinha me esquecido do cheiro de terra molhada, do chão fofo, do barulho das folhas secas quando pisadas. Lembrei de quando tudo começou, quando resolvi plantar meu primeiro “pé de planta”. Fui criando gosto pela aventura e decidi entender melhor como tudo acontece. É simples: com uma pequena semente que tempo depois rompe os limites da terra batida. Seu caule vai crescendo e ladeado pelo sol e chuva vai crescendo e se encorpando. Logo espalha seus galhos. Tronco forte, galhos largos. Folhas vibrantes. Surgem, então, os primeiros frutos: suculentos, vistosos e fartos. Mas o tempo passa, as flores perdem a cor, o brilho, o aroma. As folhas caem enchendo o pomar de um tapete de frutos e folhas esparramados no solo.

Pensei: que desperdício. Foi quando entendi que a natureza sempre se renova. É um processo natural. E por assim ser, traz aspectos positivos e negativos. Mas, mesmo assim, são necessários. Porque são esses frutos e folhas caídas no solo que servirão como nutrientes e proteção. O solo precisa disso para ter forças para gerar novas folhas, novas flores e novos frutos. É um ciclo virtuoso. E a cada nova safra esse ciclo se repete. Algumas vezes a safra vem cheia, pomposa, garbosa. Outras vezes vem sublime, branda, suave. Mas sempre vem.

Percebi, nesse passeio pelo meu pomar que com a empregabilidade é da mesma forma.  Grandes empresas começaram pequenas. Numa garagem. Grandes empreendedores começaram de forma simples, às vezes, com uma pequena e absurda ideia. Grandes carreiras começaram quase que invisíveis ou pelos níveis mais básicos. Uma maneira bem simples de conceituar empregabilidade é a capacidade que as pessoas têm de conquistar uma vaga de emprego ou de manter-se empregado. Foi aí que vislumbrei a símile.

Assim como uma semente são as ideias de um negócio, a preparação para uma entrevista, a capacitação contínua, a qualificação incansável. A sede de ser e de crescer. São sementes que todos os dias lançamos. E darão o seu fruto se não desistirmos. Uma vez lançadas, essas sementes elas cumprirão o ciclo virtuoso que lhes está proposto. Romperão horizontes, assim como os pequenos caules romperam o solo em busca de seu crescimento. Assim como as plantas estendem seus galhos para todos os lados, ideias criarão formas mais concretas e palpáveis, empregos crescerão, vagas e oportunidades surgirão.

E logo surgirão as flores. Elas trazem beleza, colorido, aroma. Assim as ideias ao tomar forma e serem colocadas em prática refletirão suas cores, sua beleza. Empregos e vagas conquistados começarão a dar um novo colorido para a rotina e para a vida. É como se a vida voltasse a ter cor, aroma e beleza. Então surgem os frutos. E como é prazeroso saboreá-los. Os frutos de uma ideia, de um emprego ou de uma empresa. Os frutos de uma vida de dedicação à uma missão. Tudo seria perfeito se o ciclo parasse aí. Mas não!

Assim como no meu pomar, em que as folhas caem, os frutos despencam no chão e enchem o chão de folhagens e frutos velhos, assim também é na vida. Há momentos em que o encanto se vai, em que a motivação já não é mais a mesma. Parece que esquecemos do propósito da nossa missão. Curioso que não percebemos que à semelhança do pomar, esses momentos também são necessários, pois nutrem e protegem o solo. É um tempo de calmaria, de preparação (na verdade) para o que vem pela frente.

No caso dos empregos, esses momentos de calmaria nutrem, protegem e preparam para o futuro. Esse momento de calmaria é fundamental. Assim como novas folhas, flores e frutos surgirão, novas ideias, novos empregos e vagas também surgirão. Mas para isso, é necessário paciência, cuidado e preparação, pois quando a oportunidade surgir, estaremos prontos para iniciarmos mais um ciclo virtuoso. Um forte abraço e muito sucesso!

Prof. Ms. Emanuel Rodrigues Morais

Docente do Curso de Odontologia da UniAteneu

Mestre em Saúde Pública, especialista em Práticas Clínicas em Saúde DA família e é graduado em Odontologia

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