A obesidade infantil é uma doença crônica multifatorial caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no organismo. A prevalência dessa doença no mundo se tornou um problema de saúde pública sinalizado por várias entidades, tais como, Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Pan-americana de Saúde (Opas), Ministério da Saúde (MS) no Brasil e, ainda, pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) a fim de sensibilizar a população para os perigos relacionados a essa comorbidade.
Hipertensão, colesterol alto, cardiopatias, diabetes, ansiedade e depressão são doenças que podem ser desencadeadas na criança com o quadro de excesso de gordura no organismo. Um dos mecanismos comumente utilizado como parâmetro de aferição para o diagnóstico é o índice de massa corporal (IMC), onde podemos utilizar a fórmula dividindo o peso (em kg) pela altura ao quadrado (em metros). Na tabela apresentada pela OMS, sinaliza como peso normal o resultado do cálculo entre 18,5 a 24,9.
Será que o olhar apenas para a balança ajuda a criança a sair do estado de obesidade? A resposta é não. O peso é a consequência aparente de uma série de fatores que precisam ser ajustados na rotina desde a infância. Nesse sentido, o primeiro vilão a ser combatido é o sedentarismo ou os hábitos sedentários, que são aqueles que de forma inconsciente alguns pais/responsáveis, apresentam aos seus pequeninos sem saber que, em um futuro próximo, acarretarão severos problemas de saúde. São esses: assistir à televisão, jogar videogame, ficar ao celular, tudo isso sem discriminação de tempo e com o aditivo da subnutrição.
O desacerto na rotina da criança, muitas vezes imposta pela rotina conturbada da família, corrobora para a incidência nos comportamentos relacionados à inatividade e à má alimentação, pois a mesma não possui responsabilidade legal sobre seus atos, sendo refém daquilo que é imposto pelos seus responsáveis. Desta forma, é indicado o acompanhamento interdisciplinar de três profissionais: o pediatra, o profissional de educação física e o nutricionista. Essa orientação precisa ser conjunta, criança e família, para que assim possam ser encaminhadas ações que contemplem a rotina familiar.
Nesse sentido, como profissional de Educação Física, recomendo iniciar a prática de atividade física por um esporte que seja atrativo para a criança. Uma maneira bem fácil de descobrir é perguntando. Pergunte à criança qual o esporte que ela mais gosta: futsal, basquete, vôlei, natação etc. Caso ela não goste de nenhum desses, apresente a ela outras possibilidades, como a dança, ballet, jazz e hip-hop, podendo estender à recreação, o brincar de forma intencional e, por fim, estimule essa criança a participar das aulas de educação física escolar, pois lá existe um profissional qualificado para construir uma ponte de aproximação entre o movimento inclusivo e o desenvolvimento das potencialidades infantis através das práticas corporais.
Profª. Cristiane Gomes de Souza Campos
Docente do Curso de Educação Física do Centro Universitário Ateneu
Mestranda em Ensino da Saúde, especialista em Treinamento Funcional e Personalizado e graduada em Educação Física (Licenciatura e bacharelado). É também membra da Comissão de Saúde do Conselho Regional de Educação Física da 5ª Região (Cref5).
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