É uma filosofia de gestão focada na redução dos oito tipos de desperdícios: superprodução, transporte, tempo de espera, excesso de processamento, inventário, defeitos, movimento e conhecimento dos colaboradores. O termo manufatura enxuta também é conhecido como Lean Manufacturing ou Sistema Toyota de Produção.
A manufatura enxuta foi desenvolvida pelo Taiichi Ohno, executido da Toyota, durante a restruturação do Japão após a II Grande Guerra. O termo foi amplamente difundido por James P. Womack e Daniel T. Jones no livro “A Mentalidade Enxuta nas Empresas Lean Thinking: Elimine o Desperdício e Crie Riqueza”.
Esta filosofia tem como ferramentas que ajudam a atingir o objetivo de reduzir os oito desperdícios: o kaizen, que é uma palavra de origem japonesa que significa mudança para melhor, usada para transmitir a noção de melhoria contínua; o sistema puxado, onde somente produz quando se tem pedido colocado pelo cliente, e os pedidos surgem da expedição para a produção e não ao contrário como estavam acostumados, produzindo somente o necessário auxiliado pelo uso do kanban, que é um termo de origem japonesa e significa literalmente “cartão” ou “sinalização”, onde se requisita ou repõe os estoques apenas quando for sinalizado a necessidade; e por último, o poka-yoke, que é um dispositivo à prova de erros destinado a evitar a ocorrência de defeitos em processos de fabricação e/ou na utilização de produtos.
O primeiro passo é reconhecer que somente uma pequena fração do tempo total e do esforço de qualquer organização agregam valor para o consumidor final. Definindo claramente o valor de um produto ou serviço na visão do cliente, todas as atividades que não agregam valor, ou desperdícios, podem ser categorizadas e eliminadas. Para a maioria das operações, somente 5% das atividades agregam valor, 35% não agregam valor, mas são necessárias e 60% são puro desperdício, cuja a eliminação representa um imenso potencial de melhoria. Poucos produtos ou serviços são fornecidos por uma organização sozinha. Como os desperdícios devem ser removidos em toda a cadeia de valor, novas formas de relacionamento entre as empresas são necessárias para eliminar os desperdícios intermediários e gerir eficientemente todo o fluxo.
A redução ou eliminação de um desperdício pode ser dividida em dois desafios: a busca pelo problema e o desenvolvimento da solução. Quando é segmentada a função operacional por parte dos colaboradores e a responsabilidade por detectar e solucionar problemas pela gestão, há uma perda de potencial de melhoria. Com o aproveitamento do conhecimento dos colaboradores da linha de frente, a organização fica munida de problemas e soluções para serem trabalhadas e implantadas.
Assim, cabe à empresa estimular o empreendedorismo interno, garantindo que seus colaboradores tenham um ecossistema favorável ao desenvolvimento de soluções para os problemas encontrados, reduzindo desperdícios e gerando resultados para a organização.
Prof. Me. Victor Hugo Fernandes
Coordenador do Curso de Engenharia Civil da UniAteneu
Engenheiro civil e mestre em Administração
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