Nem tudo que segura é pino!

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As restaurações indiretas adesivas, como coroas e onlays, têm se tornado uma escolha cada vez mais popular na Odontologia moderna, superando os métodos tradicionais de restauração direta. Isso se deve, em grande parte, à sua capacidade de fornecer uma excelente estética e durabilidade, além de preservar a estrutura dentária saudável. A adesão química entre os materiais restauradores e o esmalte ou a dentina oferece uma retenção superior e distribuição uniforme das forças mastigatórias, reduzindo o risco de fraturas.

Por outro lado, os pinos de fibra de vidro, outrora considerados uma revolução na reconstrução de dentes com grandes perdas estruturais, estão gradualmente perdendo a sua popularidade, pela melhora dos processos adesivos. Estudos recentes indicam que, embora esses pinos ofereçam uma boa estética, boa resistência e sejam menos invasivos em comparação aos pinos metálicos, a sua eficácia a longo prazo é questionável. A principal desvantagem dos pinos de fibra de vidro reside na possibilidade de descolamento e falhas adesivas, principalmente, em ambientes com alta carga mastigatória. Além disso, a tendência atual é a preservação máxima da estrutura dentária, e a colocação de pinos muitas vezes exige remoção adicional de tecido dentário saudável e uma diminuição do prognóstico do tratamento endodôntico.

Evidências científicas também sugerem que a utilização de restaurações indiretas adesivas sem o uso de pinos de fibra de vidro pode resultar em melhores resultados clínicos a longo prazo. Pesquisas demonstram que a restauração direta da estrutura dentária, sem a necessidade de pinos, quando realizada com materiais de alta performance e técnicas adesivas avançadas, proporciona uma maior longevidade e menor incidência de complicações. Dessa forma, a odontologia contemporânea caminha para uma abordagem mais conservadora e eficaz, priorizando técnicas que preservem a integridade do dente natural e promovam uma melhor saúde bucal a longo prazo. Será que estamos prontos para abandonar completamente os pinos de fibra de vidro e confiar plenamente nas restaurações adesivas?

Prof. Me. Pedro Jessé Lima Veras
Docente do Curso de Odontologia do Centro Universitário Ateneu
Doutorando em Biotecnologia, mestre em Odontologia, especialista em Odontopediatria e graduado em Odontologia.

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