A Inteligência Artificial (IA) tem sido uma das áreas mais revolucionárias da tecnologia nas últimas décadas e tem mudado a forma como interagimos com o mundo digital e como as empresas fazem negócios. Está se tornando cada vez mais presente em nossas vidas, desde assistentes virtuais em nossos smartphones até sistemas de reconhecimento facial em aeroportos e estações de trem. No entanto, muitas pessoas estão preocupadas com o impacto que essa tecnologia terá na sociedade e em nossas vidas pessoais.
Você já pensou sobre isso? Tenho certeza que sim! Então, vamos falar um pouco sobre essas preocupações e ao final você pode ou não concordar com os argumentos apresentados nesse texto. Aproveito para deixar claro que esses argumentos não são pessoais, mas sim uma preocupação que muitas vezes se ouve em roda informal de discussão.
Não é exagero dizer (e sei que todos concordam) que a IA pode ser vista como um facilitador para muitos setores da sociedade, incluindo indústrias, governos e organizações não governamentais. Por exemplo, as empresas podem utilizar a IA para melhorar a eficiência e a produtividade, reduzir os custos e otimizar a experiência do cliente. Já os governos podem utilizar a IA para melhorar a segurança, a eficiência e a eficácia dos serviços públicos, além de auxiliar na tomada de decisões importantes.
As informações fluem mais rapidamente com o uso da IA e ninguém pode negar esse argumento, ou você prefere enfrentar filas, ter seu precioso tempo perdido com burocracias, quando em alguns minutos consegue, através da IA, resolver vários assuntos rapidamente? Porém (e tem sempre um porém nessa facilidade toda), apesar dos benefícios que a IA pode trazer, há também preocupações sobre o seu impacto negativo. Quem nunca ficou preocupado com sua privacidade e a segurança de dados, já que muitos ou senão todos os dados que alimentam esses sistemas são pessoais.
As empresas e organizações podem coletar grandes quantidades de dados sobre os consumidores e cidadãos, o que pode ser utilizado para manipular e controlar a sociedade. Isso pode ser particularmente preocupante, concorda? Os dados podem ser usados para criar perfis detalhados dos usuários e serem usados para monitorar e controlar seu comportamento. Isso pode incluir coletar informações sobre sua localização, atividade on-line e interações com outras pessoas. Essas informações são usadas, por exemplo, para direcionar publicidade ou até mesmo para tomar decisões que afetam a vida do usuário.
Outro fator que não se pode deixar de levar em conta é que, embora a IA possa ser usada para corrigir tendências, também pode perpetuá-las. Se a IA é treinada em dados tendenciosos, pode perpetuar o viés em seus resultados. Isso pode levar a discriminação em áreas como a contratação, o crédito e a justiça criminal, por exemplo. Outra preocupação é o viés algorítmico. A IA é tão boa quanto os dados que a alimentam, e se esses dados contiverem preconceitos ou estereótipos, a IA pode perpetuar esses mesmos preconceitos. Isso pode ter um impacto significativo na sociedade, reforçando a desigualdade e a discriminação.
Como evitar esses problemas? Vou citar uma palavra simples, mas que tem muito significado nesses casos: ética. É importante que a IA seja desenvolvida de forma responsável e ética. Isso significa garantir que os dados utilizados para “treinar” a IA sejam representativos da sociedade em geral, garantir a transparência nos processos e decisões da IA, além de proteger a privacidade e a segurança dos dados.
Esse texto não é para te deixar paranoico ou te influenciar a ponto de você sair retirando seu perfil da rede social, ficar com medo de usar seu smartfone, mas sim dizer que você, como usuário, também deve estar ciente dos riscos potenciais da IA e tomar medidas para proteger sua privacidade, como monitorar suas informações pessoais e configurar suas preferências de privacidade em serviços on-line. Mantenha o software do seu dispositivo e do seu navegador atualizado para garantir que todas as correções de segurança mais recentes estejam instaladas.
Além de todas essas incertezas, tem mais uma: A IA pode substituir os seres humanos? Apesar de muitas pessoas temerem que a IA possa substituir completamente os seres humanos em algumas tarefas, isso não parece ser uma possibilidade em um futuro próximo. A IA é mais eficiente em certas tarefas, como análise de dados e processamento de informações, conforme já salientado anteriormente, mas ainda é limitada em sua capacidade de realizar tarefas mais complexas que exigem raciocínio criativo e pensamento crítico.
Além disso, a IA é desenvolvida e programada por seres humanos, o que significa que ainda precisamos de pessoas para projetar, programar e manter esses sistemas. Portanto, enquanto a IA continuará a ser uma parte importante de nossa vida cotidiana, os seres humanos ainda terão um papel crucial na criação e manutenção desses sistemas. É essencial, portanto, que continuemos a pesquisar e desenvolver a IA de maneira ética e transparente para garantir que ela possa ser usada para melhorar nossas vidas e a sociedade como um todo.
Profª. Drª. Maria Estela A. Giro
Docente do Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Centro Universitário Ateneu
Doutora em Biotecnologia, mestre e graduada em Engenharia Química. Tem experiência na área de Engenharia Química, com ênfase em Processos Bioquímicos, atuando, principalmente, nos seguintes temas: Fermentação, imobilização celular e remoção de H2S.
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