Educação remota: qualidade no ensino e no aprendizado?

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O ano de 2020 foi desafiador para a sociedade brasileira. Os efeitos da pandemia do vírus Covid-19 alteraram todos os serviços prestados para a nossa sociedade, das atividades econômicas mais simples até as mais sofisticadas, passando pelos serviços públicos e pela educação formal, compreendido como a educação básica e o ensino superior. Em um primeiro momento, estava em jogo a adaptação de um modelo essencialmente presencial para um modelo, hoje apresentado como “remoto” ou “híbrido”.

No transcorrer do ano, os ajustes foram sendo realizados pelas instituições de ensino as quais apresentaram aos cursistas as diversas plataformas de ensino, suas ferramentas de comunicação, informação e interação. Os primeiros meses de 2021 continuam desafiadores, pois há um crescimento do número de casos de pessoas infectadas, o que nos leva a considerar dois fatores preponderantes: a mutação do vírus trazendo sua gravidade e rapidez no contágio e a sobrecarga dos sistemas de saúde público e privado. Medidas ainda mais restritivas estão sendo implementadas, e a escola que se conhece, é mais uma vez testada.

Com o aprendizado rápido das instituições de ensino e dos professores no uso das ferramentas apontadas, há sempre um questionamento a ser apresentado nesse momento: como está o aprendizado? Em se tratando de escola e universidades, há duas relações distintas em constante interação na sala de aula: aprender e ensinar. O primeiro traz três dimensões – o cognitivo, o físico e o emocional –; o segundo nos leva à ideia de transmissão e instrução. Os conceitos sugerem relações de cumplicidade constante entre quem deseja ensinar e quem está disposto a aprender. Isso nos leva a acreditar que foram mantidas, apesar de algumas limitações.

A qualidade dessa relação, considerando os fatores já conhecidos, talvez nos leve a alguma dúvida residual a ser dirimida na seguinte pergunta: houve aprendizado? Uma resposta para essa pergunta exige pesquisa profunda para que haja discussão mais pormenorizada. Entretanto, a educação e a pedagogia oferecem um meio para se posicionar sobre esse tema, que é a avaliação de aprendizagem.

É provável, pela complexidade do momento, que a sociedade e os envolvidos com os processos educativos procurem suas respostas e, quando se trata de um país com dimensões continentais como o nosso, as avalições externas são um caminho para se chegar a algumas conclusões. Elas são chamadas de “avaliação de larga escala”, pensadas e executadas para dois fins. O primeiro, a elaboração de políticas públicas para o sistema de ensino; no segundo, o foco passa a ser o desempenho da escola.

As primeiras iniciativas foram em 1990, com o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Os resultados estão ainda sendo coletados na periodicidade de cada avaliação. A prudência e a maturação nesse entendimento a partir dos dados apresentados exigem cautela na relação direta com a pandemia. Apesar disso, a avaliação de aprendizagem com ferramenta dos profissionais da educação continua sendo utilizada no cotidiano escolar brasileiro, e sua parceria é imprescindível para a compreensão das relações de ensinar e aprender. Essa caminhada continua em andamento.

Prof. Dr. Jeimes Mazza Correia Lima

Docente do Curso de Pedagoga do Centro Universitário Ateneu

Doutor em Educação Brasileira, mestre em Educação, especialista em Metodologias em Ensino de História e licenciado em História

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