Dor orofacial e suas múltiplas causas

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Muitos pacientes com dor na face, cabeça e pescoço costumam fazer diversas consultas antes do diagnóstico final. Esta dificuldade ocorre pela anatomia complexa da região e devido às inúmeras patologias que podem causar esta sintomatologia, que pode ser apenas um sintoma de uma doença regional ou sistêmica ou uma patologia neurológica.

A dor pode ser considerada uma expressão de uma patologia, ou seja, apenas um sintoma, que desaparece quando se trata a doença causadora. Por outro lado, a dor pode ser considerada a própria doença, sendo assim uma neuropatologia. As doenças neurológicas que causam dor na face, cabeça e pescoço apresentam, na maioria das vezes, resultados de intervenções repetidas e malsucedidas.

No mundo, milhões de pessoas sofrem com dor orofacial, sendo considerada uma epidemia. A dor relacionada à articulação da mandíbula com o crânio (ATM) assume cerca de 10% destas dores, a chamada dor miofascial. A dor orofacial pode ter outras origens além da ATM. A mais comum é a dor de dente, seguido das dores de sinusite, nevralgia do nervo trigêmeo, infecções e tumores regionais e as cefaleias, também conhecidas como dores de cabeça.

As cefaleias ou enxaquecas são muitas, mas podemos citar as principais, como por exemplo, a cefaleia do tipo tensional, a migrânea e a cefaleia em salva. Todas podem ser confundidas com as dores da ATM. Vale salientar também que duas das piores dores do ser humano podem ocorrer na face relacionada ao nervo trigêmeo (nervo localizado na região de olho, bochecha e lábios). São elas: a nevralgia do trigêmeo e o herpes zoster (cobreiro).

A dor orofacial pode também denunciar um infarto do miocárdio, uma cervicalgia (inflamação dos músculos ou da articulação do pescoço) e até a fibromialgia, que é uma doença crônica que se manifesta por dores em todo corpo. Os pacientes com dor orofacial devem procurar um cirurgião dentista para fazer um exame detalhado dos dentes, da oclusão (relação dos dentes superiores e inferiores ou tipo de mordida), avaliação dos hábitos parafuncionais como o bruxismo (hábito de ranger ou apertar os dentes) e da articulação temporomandibular (ATM). Caso a dor seja de origem nestas estruturas, o tratamento é instituído.

Nos casos de outros tipos de dores faciais neurológicas, vasculares e sistêmicas o paciente será encaminhado para o devido tratamento com outros especialistas.

Bibliografia:

Dor Orofacial e Cefaleias. 2ª Edição 2016. Autores: Sharav, Yair – Rafael Benoliel. Editora: Santos

Dores Orofaciais. Classificação, Diagnóstico e Tratamento. Autor: Bell, W.E. Editora Quintessence Book. 3ª Edição. 1990

Estomatologia Oral – Bases do Diagnóstico para o Clínico Geral. 3ª Edição. Autor Kignel, S. Editora Santos. 2020

Dor Orofacial e Disfunções Temporomandibulares. Curso online. Autor: Moreira, C. A. Editora Unieducar. 2020. E-book. https://unieducar.org.br/catalogo/curso/dor-orofacial-e-disfuncoes-temporomandibulares

Prof. Me. Carlos Antônio Moreira

Docente do Curso de Odontologia do Centro Universitário Ateneu

Mestre em Radiologia, especialista em Imaginologia e Patologia Bucal e cirurgião-dentista

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