Quando eu ia ao dentista, morria de medo, e devido a uma dieta altamente cariogênica com balas, chicletes, pirulitos, caramelos, a quantidade de cáries era muito grande. Tenho praticamente todos os dentes restaurados com amálgama. O doutor logo dizia: “Tem que fazer sete obturações” e falava que ia matar o “bichinho da cárie”. Porém, será que existe o bichinho da cárie? O que é a cárie dentária?
Primeiro, entender que a cárie é uma doença infecciosa, multifatorial causada por bactérias, dentre elas, a principal seria a Streptococus mutans. Temos bilhões de células no nosso corpo, mas temos trilhões de micro-organismos. Somos um verdadeiro zoológico de micro-organismo das quais 90% são benéficos e convivem harmonicamente conosco. A doença apenas ocorre quando existe um desiquilíbrio entre a nossa flora e fatores externos. Como a cárie é multifatorial, ela sofre influência de uma tríade: biofilme dental, dieta cariogênica e tempo de contato biofilme x dente.
Para termos cárie, precisa ter esses três fatores intrínsecos atuando juntos.
– Biofilme dental: São as bactérias ligadas ao nosso dente.
– Dieta cariogênica: Vai ser a matéria-prima das bactérias que irão metabolizar o açúcar e transformar em ácido que vai perfurar o esmalte do dente. A lesão é produzida exatamente pelo contato do ácido produzido pelo biofilme somado ao tempo de exposição do dente a este ácido. Podemos também que controlar a quantidade de açúcar que ingerimos.
– Tempo: Temos sempre as bactérias. O alimento sempre estará presente porque precisamos nos alimentar. O fator tempo é o mais importante e é o que podemos controlar através da limpeza dos nossos dentes com escova, pasta e fio dental.
Quanto menos tempo eu fazer a remoção do alimento e do biofilme, menos propensão a desenvolver cáries eu terei. Nossa saliva nos protege, pois temos células de defesa como as imunoglobulinas ou anticorpos. Por isso, pacientes com xerostomia são mais propensos a ter cárie pela baixa produção de saliva. A prevenção sempre será primordial em qualquer doença. Controle a sua dieta e reforce a limpeza dos seus dentes pra evitar o “bichinho da cárie”.
Prof. Gustavo Heimbecker Castelo
Docente do Curso de Odontologia do Centro Universitário Ateneu
Especialista em Vigilância Sanitária e em Implante e Prótese e graduado em Odontologia
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