Alto rendimento: somente nos esportes

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Quando procuramos o conceito de alto rendimento, seja em qual for a fonte de pesquisa, percebe-se que existe um grande vínculo deste conceito atrelado ao esporte de rendimento. É neste ponto que quero chamar a atenção dos leitores, pois a alta performance se encontra em qualquer ponto de ação de nossas vidas cotidianas. Ao abrirmos a Internet, nos deparamos com a seguinte definição: “o alto rendimento está ligado, ou associado, à aptidão física no esporte e refere-se à otimização dos recursos corporais e técnicos”.

Parafraseando Manuel Columa, estabelecer uma busca por melhores resultados significa estar falando de algo que se faz. Por isso, precisa ser mensurável, pois o mais importante não é o tanto que sabemos, mas o que podemos fazer com este conhecimento. Então, se você sabe muito acerca de determinado assunto, você deve explorar ao máximo este conhecimento. Se você sabe pouco, então trabalha dentro desta margem menor de informações, mas sempre trabalhando em seu máximo, sem extrapolar a barreira do desconhecido, como acontece com aqueles que seguem modelos impostos pela mídia e não sabem, de fato, qual será o resultado externo e, principalmente, interno (fisiológico) daquela intervenção e quais serão as consequências a longo prazo, sejam elas positivas ou negativas.

Para o autor, o alto rendimento se divide em três dimensões: a energia, a audácia e a paciência. A energia se refere ao seu conhecimento, sua capacidade técnica e motivação. A audácia diz respeito à capacidade do indivíduo de se diferenciar diante dos outros. E a paciência se refere à capacidade de metabolizar as experiências vividas. Ou seja, se sua intervenção é na área da saúde, na área do desporto, na área da educação e outros, se faz necessário ter o devido conhecimento sobre a área de atuação, conhecer as técnicas que envolvem a execução da tarefa e sempre estar motivado para uma execução adequada, pois disso dependem os resultados satisfatórios. É necessário, ainda se diferenciar com ineditismo e auto capacitação para evitar cópias de modelos inconsequentes, bem como lidar de maneira adequada com as experiências adquiridas ao longo da vida.

Imagine você trabalhando na prescrição de exercícios, seja em que área for (saúde, educação, esportes, estética…). Se seguir apenas um modelo sem ter a capacidade de analisar cada situação de forma minuciosa, você adentrará aquela barreira do desconhecido, citada anteriormente, sem saber ao certo o que acontecerá de forma aguda e, principalmente, de forma crônica. Isto não é atuar em alto rendimento. Prescrever um treinamento “pesado” não significa atuar com alta performance. É preciso entender as nuances que envolvem as necessidades e o objetivo da intervenção.

No caso exemplificado, é preciso entender de fisiologia humana para saber o que acontece com o organismo humano; e entender de fisiologia do exercício para entender os possíveis efeitos do treino durante e pós treino; e compreender a fisiologia e a biomecânica para adequar a musculatura correta nas posições possíveis de execução das tarefas, tendo em vista as particularidades do indivíduo que foram detectadas durante a avaliação física.

Adequar o período certo sob tensão de cargas, bem como a manipulação destas cargas, é algo que demanda conhecimento em treinamento e periodização. Escolher a melhor estratégia de ensino-aprendizagem é algo que se refere à didática da aplicação do treino. Para se treinar crianças ou idosos, é necessário saber sobre atividades para grupos especiais, saúde coletiva, desenvolvimento motor e aprendizagem motora. E assim por diante. Enfim, atuar em alto rendimento é fazer valer todo o conhecimento investido ao longo da vida, sem negligenciar nenhum deles, trabalhar sempre com excelência, independente da área de atuação. Portanto, sejamos verdadeiros profissionais de alto rendimento.

Prof. Adenilson Pereira Escóssio
Docente do Curso de Educação Física do Centro Universitário Ateneu
Mestrando em Motricidade Humana, especializando em Fisiologia Humana e em Treinamento Funcional, especialista em Fisiologia do Exercício e graduado em Educação Física

Docente do Curso de Educação Física da UniAteneu.