A Nutrição no reforço da imunidade em períodos de novos contaminantes microbiológicos

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O mundo pós-pandêmico ainda se recupera de suas perdas, impactando, inclusive, na resposta imunológica resultante da exposição a um vírus tão letal. Na tentativa de manter o organismo protegido das doenças microbiológicas, faz-se necessária a manutenção de hábitos saudáveis, desde uma boa rotina de sono, diminuição do estresse, prática de exercícios e alimentação saudável. Um bom aporte de micro e macronutrientes, que atenda a demanda necessária do indivíduo, respeitando sua idade, gênero, nível de atividade física e ciclo de vida, garante uma proteção essencial para os microrganismos patogênicos.

Fatores como virulência, tempo de exposição, tipo de microrganismo, faixa etária e resposta imunológica influenciam no surgimento das doenças, deixando o indivíduo mais susceptível à contaminação. A normativa nº 7, de julho de 1997, apresenta a classificação de agentes etiológicos humanos e animais com base no risco apresentado. Esta instrução agrupa os microrganismos em classes de 1 a 4, sendo a classe 1 a de menor risco e a classe 4 a de maior risco.

  • Classe de risco 1: O risco individual e para a comunidade é ausente ou muito baixo. São microrganismos que têm baixa probabilidade de provocar infecções no homem ou em animais. Exemplos: Bacillus subtilis.
  • Classe de risco 2: O risco individual é moderado e para a comunidade é baixo. São microrganismos que podem provocar infecções. No entanto, dispõe-se de medidas terapêuticas e profiláticas eficientes, sendo o risco de propagação limitado. Exemplos: Vírus da febre amarela e Schistosoma mansoni.
  • Classe de risco 3: O risco individual é alto, mas para a comunidade é limitado. O patógeno pode provocar infecções no homem e nos animais graves, podendo se propagar de indivíduo para indivíduo, no entanto, existindo medidas terapêuticas e de profilaxia. Exemplos: Vírus da encefalite equina venezuelana e Mycobacterium tuberculosis.
  • Classe de risco 4: O risco individual e para a comunidade elevado, com microrganismos que representam sério risco para o homem e para os animais, sendo altamente patogênicos, de fácil propagação, não existindo medidas profiláticas ou terapêuticas. Exemplos: Vírus Marburg e vírus Ebola.

A crescente incidência de casos como Mpox, Oropouche, Covid, dentre outras citadas na literatura e mídia, chama a atenção da população. No entanto, vale ressaltar que as doenças infectocontagiosas estão presentes na história, desde longos períodos, retratando a forma de organização das aglomerações e suas fragilidades quanto ao controle dos microrganismos.

A exposição aos patógenos, por vezes, não é possível de ser evitada, principalmente, devido à velocidade de contaminação, por isso, a importância de um organismo fortalecido quanto à sua imunidade. Alimentos fontes de proteína, vitaminas, ômega 3, probióticos e minerais como zinco, ferro e selênio estão relacionados com o incremento de nossa resposta imunológica. Cita-se as frutas, vegetais, cereais integrais, pescados, óleos e oleaginosas. Inclui-se também os princípios ativos funcionais presentes em especiarias e temperos naturais diversos, contribuindo com a sua ação protetora e antinflamatória.

Tais nutrientes atuam como imunomoduladores, potencializando a resposta do sistema imunológico em diferentes processos de doenças, além de melhorar a resposta orgânica a determinados microrganismos, incluindo vírus, bactérias, fungos e protozoários, por meio da produção de interferon e seus indutores.

Os cuidados necessários para se evitar a contaminação cruzada, como a boa higiene dos alimentos, utensílios e ambientes, auxilia também na minimização da proliferação das infecções. Junto a isso, observa-se a relevância na boa procedência dos alimentos, que devem ser acompanhados desde sua produção, processamento, transporte e comercialização.

A alimentação saudável, associada a demais hábitos adequados de vida, ainda é uma das principais formas de prevenir os diversos tipos de doenças, reconhecida como uma estratégia mais acessível, prazerosa e eficaz, além de ser menos invasiva e com benefícios comprovados por longo prazo durante a vida.

Referência bibliográfica:

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Diretrizes gerais para o trabalho em contenção com agentes biológicos Brasília, DF, 2010. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/dire_trabalho_agentes_biol_3ed.pdf>. Acesso em: 8 abr. 2013.

Profª. Ma. Samara Mesquita Rosa
Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário Ateneu
Mestra em Nutrição e Saúde e graduada em Nutrição.

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