A Inteligência Artificial (IA) é um campo da ciência da computação com o intuito de desenvolvimento de máquinas e programas computacionais capazes de reproduzir o comportamento humano na tomada de decisões e na realização de tarefas, desde as mais simples até as mais complexas. Há alguns anos, especialmente no momento atual, a IA está se consolidando como uma ferramenta poderosa em diversas áreas da saúde, e a Fisioterapia não é exceção.
A aplicação de tecnologias baseadas em IA pode transformar profundamente a prática fisioterapêutica, oferecendo suporte em áreas tão variadas quanto gerontologia, traumato-ortopedia, saúde coletiva, saúde da criança, dentre outras. Esta inovação tecnológica promete não apenas otimizar os processos de avaliação e tratamento, mas também personalizar a abordagem terapêutica de acordo com as necessidades individuais dos pacientes.
Na saúde do idoso, por exemplo, a IA pode ser uma aliada crucial na monitorização da saúde e na prevenção de quedas em idosos. Sistemas de IA, equipados com sensores e algoritmos avançados, podem analisar dados de movimento e padrões posturais para prever e prevenir quedas, que são uma das principais causas de lesões em idosos. Além disso, a IA pode ajudar a criar programas de reabilitação personalizados que se ajustam dinamicamente às mudanças nas condições de saúde dos pacientes à medida que envelhecem.
No campo da traumato-ortopedia, a IA tem o potencial de revolucionar a reabilitação pós-cirúrgica e a gestão de lesões. Tecnologias de IA podem auxiliar na análise de exames de imagens, como radiografias e ressonâncias magnéticas, para identificar padrões de lesões e prever a progressão da recuperação. Sistemas inteligentes também podem ajudar a desenvolver planos de reabilitação mais precisos e ajustados ao perfil específico de cada paciente, melhorando a eficácia dos tratamentos e acelerando o processo de recuperação.
A saúde coletiva é outra área em que a IA pode fazer uma diferença significativa. Ferramentas baseadas em IA podem ser usadas para analisar grandes volumes de dados de saúde populacional, identificando padrões e tendências que ajudam na prevenção de doenças e na promoção de políticas de saúde mais eficazes. A partir dessas análises, fisioterapeutas podem desenvolver intervenções mais focadas e estratégias de prevenção que atendem às necessidades específicas de diferentes comunidades.
Na saúde da mulher, a IA pode oferecer suporte valioso na gestão de condições específicas, como a disfunção do assoalho pélvico e a reabilitação pós-parto. Algoritmos de IA podem analisar dados de pacientes para personalizar programas de exercícios que visam fortalecer os músculos do assoalho pélvico ou auxiliar na recuperação pós-parto. Além disso, a tecnologia pode ajudar a monitorar a saúde feminina ao longo de diferentes fases da vida, ajustando intervenções e tratamentos conforme necessário.
Todo este cenário parece assustador quando visto de forma rasa. Assustador e gerador de reflexões do tipo: “A IA será capaz de tomar empregos de fisioterapeutas ou profissionais de saúde?”. Não, não irá, pois, faz-se necessário uma mente humana para analisar dados ou produtos feitos a partir de IA. É imperativo, ainda, vê-la como uma aliada e parceira de nossa criatividade, uma vez que entramos em um “caminho sem volta” no que tange à tecnologia.
Em suma, a integração da Inteligência Artificial na Fisioterapia oferece um horizonte promissor para o aprimoramento dos cuidados com os pacientes. À medida que a tecnologia avança, é crucial que fisioterapeutas adotem essas inovações para se manterem na vanguarda da prática clínica, aproveitando ao máximo os benefícios que a IA tem a oferecer, para tanto, claro, mantendo a ética e a constante atualização científica para poder revisar e analisar de forma crítica os dados fornecidos e/ou produzidos pela IA.
Profª. Drª. Denise Gonçalves Moura Pinheiro
Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Ateneu
Doutora em Cuidado em Saúde, mestra em Medicina Preventiva e graduada em Fisioterapia.
Prof. Me. José Evaldo Lopes Júnior
Coordenador do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Ateneu
Mestre em Ciências Fisiológicas, especialista em Saúde do Idoso e graduado em Fisioterapia.
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