O cenário global de saúde enfrenta desafios contínuos com o surgimento de novas doenças infecciosas e o reaparecimento de outras previamente controladas. As chamadas doenças emergentes, como a Covid-19, a varíola dos macacos e a febre do Nilo Ocidental, têm impacto significativo nos sistemas de saúde e demandam estratégias ágeis e eficazes para mitigação de riscos. Nesse contexto, o papel do enfermeiro destaca-se pela proximidade com o paciente e pela capacidade de agir tanto na prevenção quanto no manejo de situações de emergência.
A pandemia da Covid-19, por exemplo, evidenciou a importância da preparação dos profissionais de saúde para responder a eventos inesperados. Enfermeiros foram protagonistas no cuidado direto, na triagem de casos suspeitos e no controle de infecção. Essa experiência ressalta a necessidade de capacitação contínua para lidar com doenças emergentes, incluindo o conhecimento sobre protocolos de biossegurança, vigilância epidemiológica e educação em saúde.
Além disso, as doenças emergentes exigem habilidades específicas dos enfermeiros na coleta e interpretação de dados clínicos. A rápida identificação de sinais e sintomas pode ser determinante para o isolamento de casos e para a redução da disseminação da doença. Ferramentas como protocolos padronizados e treinamentos sobre uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPIs) são essenciais para garantir a segurança do profissional e da comunidade.
A atuação dos enfermeiros também é crucial na promoção da saúde e na disseminação de informações confiáveis. Em tempos de desinformação, o enfermeiro desempenha um papel fundamental como educador, orientando a população sobre medidas preventivas, como vacinação, higienização e cuidados em caso de suspeita de infecção. Esse trabalho fortalece a confiança no sistema de saúde e ajuda a combater o impacto negativo de fake news.
Portanto, os desafios impostos pelas doenças emergentes exigem que o enfermeiro esteja continuamente atualizado, adaptando-se a contextos dinâmicos e imprevisíveis. Investir na formação e valorização desse profissional é essencial para fortalecer a resposta coletiva às ameaças à saúde pública e garantir um cuidado de qualidade, centrado no paciente e na comunidade.
REFERÊNCIAS:
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Plano de Resposta às Emergências em Saúde Pública. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_resposta_emergencias_saude_publica.pdf. Acesso em: 13 jan. 2025.
2. WALDMAN, Eliseu Alves; SATO, Ana Paula Sayuri. Trajetória das doenças infecciosas no Brasil nos últimos 50 anos: um desafio contínuo. Revista de Saúde Pública , v. 50, p. 68, 2016. Disponível em: https ://www .scielosp .org /article /rsp /2016 .v50 /68 /pt/. Acesso em: 13 jan. 2025.
3. GRISOTTI, Márcia. Doenças infecciosas emergentes e a emergência das doenças: uma revisão conceitual e novas questões. Ciência & Saúde Coletiva , v. 1, pág. 1095-1104 , 2010. Disponível em: https://www.scielo.br / j / csc /a /FncbnsVdNb4h3KLKY3syGHF/. Acesso em: 13 jan. 2025.
4. LUNA, Expedito JA A emergência das doenças emergentes e as doenças infecciosas emergentes e reemergentes no Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia , v. 3, pág. 229-243, 2002. Disponível em: https://www.scielo.br / j / rbepid /a / m9MYsBMfVB4zTkdJ3tBx9SG/. Acesso em: 16 jan. 2025.
Prof. Denílson Félix Teixeira dos Anjos
Docente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Ateneu.
Especialista em Urgência e Emergência, graduado em Enfermagem e instrutor do Advanced Cardiovascular Life Support pela American Heart Association (ID: 08200887063)
Saiba mais sobre o Curso de Enfermagem da UniAteneu.