A carreira do farmacêutico docente: formação e desafios na educação superior

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O farmacêutico possui uma formação generalista e multifacetada, que o capacita a atuar em diversas áreas. A graduação em Farmácia prepara esse profissional para desempenhar funções como a produção de medicamentos na farmácia industrial, análise bioquímica laboratorial de alimentos na bromatologia, diagnóstico laboratorial em análises clínicas, além de atividades na farmácia hospitalar, farmácia clínica, farmacovigilância e muitas outras.

Essas áreas abrangem desde atividades laboratoriais e de gestão até o contato direto com os pacientes, refletindo a ampla abrangência e relevância da profissão farmacêutica. Além dessas áreas, o farmacêutico também pode seguir carreira na docência, lecionando em cursos técnicos e no ensino superior. Para isso, é fundamental que possua formação em cursos de pós-graduação, sendo que, na maioria dos casos, as instituições de ensino exigem títulos de pós-graduação stricto sensu, como mestrado e doutorado.

O interesse pela docência em muitos farmacêuticos é despertado ainda durante a graduação, por meio de experiências em monitoria e iniciação científica. Essas atividades proporcionam o primeiro contato com a transmissão de conhecimento e incentivam a busca contínua pelo aprendizado, elementos essenciais para a carreira docente. Além disso, a inserção em programas de mestrado, especialmente, em áreas que despertaram maior interesse durante a graduação, permite ao farmacêutico aprofundar seus conhecimentos e desenvolver a expertise necessária para elaborar e transmitir conteúdos na vida acadêmica.

A atuação do farmacêutico docente no ensino superior está alicerçada no tripé universitário: ensino, pesquisa e extensão, que norteiam a sua prática profissional. Nesse contexto, o docente deve direcionar seus esforços para a formação dos alunos, a investigação de temas relevantes à sua área de atuação e a promoção da extensão, estabelecendo um impacto positivo junto à comunidade externa. Essa abordagem é fundamental para que ele se mantenha alinhado ao estado da arte, ou seja, ao conhecimento mais atualizado. Assim, o farmacêutico que opta pela carreira docente deve estar em constante aprendizado, para que possa garantir aos seus alunos o que há de mais recente e relevante na ciência.

O farmacêutico que escolhe a carreira docente no ensino superior deve alinhar a produção e a transmissão do conhecimento às necessidades dos acadêmicos, ou seja, os alunos que compõem os cursos de graduação. Para isso, é essencial desenvolver a sua formação didática, habilidades de comunicação, sensibilidade humana, compreensão das dinâmicas sociais, além de planejar e organizar as suas atividades de forma alinhada às exigências do curso em que atua.

No caso específico do Curso de Farmácia, é fundamental que o docente esteja familiarizado com as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo conselho profissional da área, garantindo, assim, a formação de alunos preparados para atender às demandas do mercado de trabalho. As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do Curso de Farmácia, publicada em 2017, estabelecem que a formação dos farmacêuticos seja estruturada em três eixos principais: cuidado em saúde, tecnologia e inovação, e gestão em saúde.

Esses eixos visam capacitar os profissionais para atuar em áreas como fármacos e medicamentos, análises clínicas e toxicológicas, e controle, produção e análise de alimentos. Nesse contexto, o docente farmacêutico deve direcionar a sua prática profissional para integrar esses eixos à sua abordagem de ensino, fundamentando-a em bases científicas e pedagógicas sólidas.

A rotina ideal de um farmacêutico docente no ensino superior envolve a elaboração de aulas, pesquisa de conteúdo e desenvolvimento de atividades para os alunos, além de envolvimento em atividades de pesquisa e extensão. Também é fundamental a constante atualização dos temas relacionados à disciplina que leciona. Exercer essa função exige curiosidade acadêmica, compromisso, paixão e um profundo envolvimento com a profissão, encarando-a como uma verdadeira missão.

No entanto, é essencial que o reconhecimento profissional e financeiro acompanhe o esforço e a dedicação desse profissional. O reconhecimento da importância da docência farmacêutica não apenas fortalece a motivação e o compromisso com a educação, mas também assegura a valorização adequada do papel fundamental que esses profissionais desempenham na formação das futuras gerações e na evolução da área.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BRASIL. Resolução nº 6 do CNE/CES, de 19 de outubro de 2017. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia. Brasília: Conselho Nacional de Educação, 2017.

Profª. Drª. Ana Isabelle de Gois Queiroz
Docente do Curso de Farmácia do Centro Universitário Ateneu.
Doutora e mestra em Farmacologia, especialista em Farmácia Clínica e Serviços Farmacêuticos e em Farmacologia Clínica, especializanda em Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica: O Cuidado Farmacêutico na Prática e graduada em Farmácia.

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