A formação do profissional nutricionista apresenta, como base, uma característica generalista. Conforme o estudante avança em seu curso, o mesmo reconhece, nas diversas disciplinas, alternativas de atuação mais específicas, gerando vertentes de uma possível especialização futura. Surge então um profissional voltado para uma área específica, seja na clínica, produção de alimentos, saúde coletiva, marketing, desenvolvimento de produtos, docência e pesquisa, ou um profissional que permeia por essas diversas áreas. Independente do nicho escolhido, a tecnologia estará presente, desde a formação à execução e monitoramento de seu trabalho.
A tecnologia digital tem apresentado uma relevância cada vez maior, permitindo que mais pessoas tenham acesso à educação de nível superior, por meio das plataformas de educação à distância (EaD), além de dinamizar o aprendizado utilizando sistemas híbridos de ensino e ferramentas que aperfeiçoam o processo de aprendizagem. O ambiente virtual permite interação entre professores e alunos, facilita o uso de outras mídias como softwares, vídeos e aplicativos, reforçando interação em uma época onde a conectividade transcende fronteiras.
Atualmente, esse profissional em formação, finaliza seu curso imerso numa rede de dados sincronizados em tempo real. O acesso às redes sociais permite que ele reconheça espaços de atuação, possibilidades de eventos científicos, cursos de aperfeiçoamento e mentorias, podendo mapear sobre as possíveis alternativas de mercado, atreladas às experiências de profissionais já estabelecidos em suas áreas de interesse.
Em sua prática, o nutricionista se utiliza da tecnologia na divulgação e realização de seus atendimentos, disponibilização de conteúdo, networking, instrumentos avaliativos e diagnósticos, programas para cálculos dietéticos, além de reuniões, capacitações e eventos virtuais.
Tantos recursos, que por vezes, esse profissional não consegue administrar seu tempo para utilizá-los de forma eficaz. Em um mundo globalizado e tecnológico, onde o incremento da Inteligência Artificial nos desafia com suas infinitas possibilidades, por outro lado nos desperta também para o exercício crítico sobre a nova prática desses trabalhadores da saúde. Em que momento tais ferramentas deixam de contribuir positivamente, e passam a limitar o desenvolvimento criativo desses novos profissionais, que por vezes somente reproduzem o que a indústria tecnológica sugere e disponibiliza? O exercício da leitura, atualização, dedicação à pesquisa, além da exploração de novas tecnologias devem ser constantes, buscando o equilíbrio frente a disponibilidade de tantos recursos.
Para isso, faz-se fundamental o investimento, não somente na oferta de ferramentas tecnológicas, mas na forma otimizada de como utilizá-las, potencializando resultados, sem desconsiderar a humanização, a empatia, as práticas inovadoras e disruptivas, um reflexo de uma formação voltada para promoção da saúde, atenta à transformação de pessoas comprometidas com o impacto social causado pelas suas profissões.
Referências:
BRASIL, Conselho Federal de Nutricionistas. Código de ética e de conduta do nutricionista. 2018.
Profª. Ma. Samara Mesquita Rosa
Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário Ateneu
Mestra em Nutrição e Saúde e graduada em Nutrição
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