O Programa Saúde da Família (PSF) foi implantado no Brasil a partir de 1994, com o intuito de consolidar e aperfeiçoar as doutrinas e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente, nos serviços de atenção primária (BRASIL, 1996). O PSF vem para romper com o modelo assistencial clínico, centrado na consulta médica, na supervalorização da rede hospitalar, na cultura da medicalização, na pré-consulta e na pós-consulta e, sobretudo, no descompromisso e na falta de humanização (ANTUNES; EGRY, 2000).
Nesse contexto, o profissional de Enfermagem exerce um papel preponderante. Conforme trabalha com indivíduos e famílias, vai se aproximando cada sujeito por meio do vínculo estabelecido na esfera do PSF. Assim, o enfermeiro dentro do PSF aproxima-se do paciente através da história de vida de cada sujeito, abrindo um espaço para sua fala, e não apenas deixá-lo falar, mas também escutá-lo, valorizá-lo, considerá-lo como um ser que estrutura sua vida e que reage ao processo saúde-doença de maneira bastante particular (GARCIA; LISBOA, 2012).
O enfermeiro, juntamente com a equipe de Saúde da Família faz o levantamento dos problemas de saúde, identifica os agravos referente à saúde, elabora um plano de cuidados juntamente com a equipe e planeja ações de promoção da saúde, prestando um cuidado integral à família assistida pela equipe de saúde do PSF. O enfermeiro atua na gestão, na saúde da criança, saúde da mulher, saúde da gestante, saúde do adulto, saúde do idoso e no programa de imunização no PSF. Ele é um profissional generalista e todas as suas ações são voltadas para a promoção, a prevenção, a proteção e a recuperação da saúde.
Desta forma, o enfermeiro é relevante, pois assiste as famílias de forma autônoma, fortalecendo a capacidade de enfrentamento diante das adversidades, por meio das ações do cuidado apropriada à real necessidade do indivíduo em todo seu ciclo vital.
Referências bibliográficas
1. ANTUNES, M. J. M.; EGRY, E. Y. O programa de saúde da família e a reconstrução da atenção básica no SUS: a contribuição da enfermagem brasileira. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 54, n. 1, p. 98-107. jan./mar. 2000.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da família: uma estratégia de organização dos serviços de saúde. Brasília, 1996.
3. GARCIA, O.R.Z.; LISBOA, L.C.S. Consulta de enfermagem em sexualidade: Um instrumento para assistência de enfermagem à saúde da mulher, em nível de atenção primária. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, v. 21, n.3, p. 708-16, jul-set, 2012.
Profª. Ma. Raquel Silveira Mendes
Docente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Ateneu
Mestra em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde, especialista em Saúde Pública e graduada em Enfermagem
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