“No final das contas, Marketing é sobre pessoas”. Ouvi essa frase de uma ex-aluna há muitos anos e nunca mais esqueci. Na época, já atuando na área e iniciando a sua pós-graduação, ela talvez não previsse a reflexão que causaria em mim a sua breve, porém, perspicaz conclusão. Não tenho como saber ao certo se a frase em si era originalmente sua ou se ela simplesmente a reproduziu, mas é certo que essa aluna se tornou a minha referência para a tal ponderação que, hoje, está mais atual do que nunca.
Falar que vivemos em um mundo conectado e irrigado por conexões entre as pessoas tornou-se já quase como “chover no molhado”. Nos planos de Marketing, os termos conexão e conectividade já constam como elementos padrão nas conhecidas análises de contexto. Isto significa que o ambiente em que vivemos tem como uma de suas características a conexão. Daí que, mergulhados nesse contexto, os profissionais de Marketing talvez tenham sido os que mais tiveram que internalizar isso, até porque o terreno para trabalhar aqui é fértil. Basta passear um pouco sobre o ambiente do próprio Marketing.
Quando falamos, por exemplo, em pesquisa de mercado, segmentação, identificação e seleção de mercados-alvo, buyer persona ou nas vantagens comerciais das plataformas de redes sociais online, a tendência é a de enxergar apenas que se está lidando com ferramentas, processos e conceitos que devem contribuir para o alcance de algum objetivo empresarial. Tal percepção é natural e justificada dada às obrigações inerentes a qualquer trabalho, à repetição e à rotina, ou mesmo dada à entrada de novas demandas no cotidiano de qualquer profissão. No entanto, é muito importante que não se perca jamais de vista que o alcance de tais objetivos e o uso de tais práticas sempre vai apontar inevitavelmente para as pessoas.
Nas plataformas de redes sociais habitam pessoas e não números; a buyer persona é, resumidamente, um método para idealizar e “desenhar” uma pessoa tomando por base a realidade que se coletou (pesquisa) sobre um grupo de pessoas reais. Isso para citar apenas o instrumental referenciado no início do parágrafo. Se formos pensar nos anúncios que serão apreciados por pessoas, em merchandising, em promoções de vendas, nos eventos, nas próprias ofertas, a linha mestra que impele o trabalho do profissional de Marketing a seguir em frente será sempre as pessoas.
Para os profissionais de Marketing, para os empresários, para os novos empreendedores, para qualquer um que queira galvanizar a preferência de um público, fica a recomendação: é tudo sobre gente. Não esqueçam! É sobre pessoas, sobre as necessidades das pessoas, sobre os desejos das pessoas, sobre as expectativas das pessoas, sobre a tentativa das pessoas de mostrarem ou de esconderem algo de si ou dos outros, sobre as suas necessidades de serem vistas ou queridas, de se sentirem seguras psicologicamente, de sentirem que possuem algum controle sobre algo em suas vidas, sobre seus medos, sobre suas crenças e percepções, sobre seus ritos, seus hábitos e suas paixões. No final das contas, Marketing é sim sobre pessoas.
Prof. Me. Edmilson Pinto de Albuquerque Júnior
Docente do Curso de Administração do Centro Universitário Ateneu
Mestre em Administração e Controladoria, especialista em Gerência Executiva de Marketing e graduado em Comunicação Social, com habilitação em Publicidade e Propaganda
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