Muito têm-se debatido sobre o futuro das profissões em função do contexto pandêmico que estamos vivenciando e de suas inevitáveis consequências. É inconteste o fato que tal tragédia global afetou e/ou alterou de sobremaneira a conduta das populações em vários níveis e em várias escalas. Algumas profissões, por sua natureza abrangente e multidisciplinar e caráter generalista, absorveram em maior profundidade tais mudanças. A profissão da Arquitetura e Urbanismo é uma delas!
Por atuar em um campo classificado como “Ciências Sociais Aplicadas”, a profissão do arquiteto e urbanista têm como obrigação analisar de forma objetiva/subjetiva e assimilar, aglutinar e amalgamar informações, dinâmicas, processos, técnicas e, principalmente, dados das mais variadas naturezas e organizá-los de forma coerente, lógica e metodológica, tudo estruturado e imbricado, objetivando desenvolver e gerar um resultado/produto que deve refletir um (a) projeto/proposta que venha atender as demandas de um (a) indivíduo/coletividade.
Para que esta atividade venha a alcançar êxitos, faz-se necessário nos amiudarmos nos meandros e detalhes da conduta humana, mas notadamente em sua história e no recorte espacial que delimita tal análise, haja vista que esta é o aporte e estrutura basilar para que se desenvolva toda e qualquer diretriz norteadora ou condicionantes projectuais.
Interessante notar o quão diretamente proporcional está a prática/resultados da profissão de Arquitetura e Urbanismo ao grau de complexidade apresentado pelo recorte espacial definido e delimitado para estudo/análise. Compreender tal correlação é ter ciência de que quanto maior se apresentar as adversidades e vicissitudes, sejam elas arquiteturais ou urbanas, maior será a necessidade/obrigação do arquiteto e urbanista para resolvê-los.
A partir desta contextualização, poderemos agora apreender que o atual contexto vivenciado pela população mundial, ante uma pandemia longeva e sem resolução imediata e com consequências ainda imprevistas, ao mudar a conduta das pessoas, e o uso do espaço, bem como os processos de territorialização, afeta de forma indelével a futura produção arquitetônica e urbana, pois esta tem que, de maneira célere, traduzir, interpretar, ressignificar e redefinir os novos usos e ocupações do espaços, suas novas funções, importâncias, prioridades, novas classificações, novos protagonismos e novas coadjuvações espaciais.
Encerro, cônscio que não possuo arcabouço que venha esclarecer qual o futuro da profissão do arquiteto e urbanista, pois para dissertar sobre tal pergunta teria que saber o que se esperar do futuro da própria humanidade, mas tenho a plena certeza que me fiz compreender sobre a dimensão e o grau de integração entre a prática da Arquitetura e Urbanismo e seu objetivo primordial que é e sempre será a existência do ser humano em relação ao atendimento das suas mais diversas necessidades, seja onde for, para onde for e, principalmente, quando se fizer necessário!
Prof. Dr. Frederico Augusto Nunes de Macêdo Costa
Coordenador de Arquitetura e Urbanismo e Design de Interiores da UniAteneu
Doutor em Planejamento Urbano, mestre em Geografia Urbana, especialista em Gestão Ambiental e em Geoprocessamento Aplicado à Análise Ambiental e aos Recursos Hídricos e arquiteto e urbanista
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