- Introdução
Em tempos de demandas sociais complexas e disputas por recursos, o Serviço Social se afirma não apenas pela prática direta, mas pela capacidade de articular teorias e saberes à documentação de resultados que acompanham os avanços que o seu fazer profissional alcança.
Os registros e a documentação desses registros não são mera burocracia, tampouco se deseja defender o tecnicismo, mas eles são “testemunho vivo”, diga-se de passagem, do impacto que tem a nossa profissão.
São eles que dão visibilidade às ações, fortalecem o reconhecimento social e sustentam a defesa de políticas públicas integrais, eficazes, amplas e fiéis às necessidades identificadas nos mais diversos espaços sócio-ocupacionais.
- Desenvolvimento
A documentação no Serviço Social é um ato político, técnico, ético e acadêmico. Ao produzir relatórios, pareceres, estudos e diários de campo, o/a assistente social constrói memória institucional e prova concreta de resultados. Em projetos sociais, especialmente, em territórios vulnerabilizados, o registro cumpre papel estratégico: evidencia necessidades, legitima ações e subsidia novos investimentos. Mais do que narrar atividades, o registro qualifica o trabalho, traduzindo a complexidade do cotidiano em dados, análises e narrativas que dialogam com gestores, financiadores e comunidades.
Infelizmente, ainda há uma visão equivocada que associa o registro apenas ao cumprimento de protocolos, esquecendo o seu potencial transformador. Quando bem elaborado, o registro se torna instrumento de avaliação e de planejamento, permitindo identificar avanços e fragilidades. Além disso, serve como prova histórica do papel do Serviço Social na promoção de direitos, na mediação de conflitos e na articulação intersetorial, e não a execução de um “fazer pelo fazer”.
Em espaços sócio-ocupacionais diversos como saúde, assistência, educação etc., a documentação da prática contribui para a consolidação de políticas públicas, amplia a transparência e fortalece a credibilidade da profissão. Em tempos de retrocessos sociais, a ausência de registros fragiliza a capacidade de resposta do Serviço Social e invisibiliza a sua contribuição para a sociedade.
- Conclusão
No Serviço Social, documentar não é mero formalismo ou tecnicismo, mas compromisso com a história e com a transformação social. Sem registros, não há prova. Sem prova, não há reconhecimento, conhecimento compartilhado, nem avanços. Isso deve ser discutido em todas as esferas da profissão, desde a formação acadêmica.
Prof. Me. Ediney Linhares da Silva
Docente do Curso de Serviço Social do Centro Universitário Ateneu.
Mestre em Ensino na Saúde, tem MBA Executivo em Saúde, é especialista em Políticas Públicas, Gestão e Serviços Sociais, em Gestão da Educação e em Dança e Educação e graduado em Serviço Social.
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