A população de rua caracteriza-se por um grupo populacional heterogêneo, que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória.
O número de pessoas em situação de pobreza extrema subiu de 5,8%, em 2012, para 6,5% em 2018, um recorde em sete anos. Um quarto da população brasileira, ou 52,5 milhões de pessoas vive abaixo da linha de pobreza. Considerando tais dados verifica-se a importância de uma atenção voltada para a promoção da saúde, oferecendo além dos procedimentos básicos, cuidados especiais para prevenção das infecções sexualmente transmissíveis, prevenção do câncer de colo uterino, imunização e que também possam prevenir complicações emocionais.
A saúde está entre os objetivos da Política Nacional para a População em Situação de Rua, com intuito de assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas públicas de saúde, como também em criar meios de articulação entre o Sistema Único de Assistência Social (Suas) e o Sistema Único de Saúde (SUS) para qualificar a oferta de serviços.
As ações de promoção da saúde são uma estratégia fundamental, não só para aumentar a frequência e adesão das mulheres aos exames, como para reforçar sinais e sintomas de alerta, que devem ser observados pelas usuárias que frequentam o serviço de saúde. Além de abordagens para grupos específicos (por exemplo, gestantes, mães de crianças e idosas), é fundamental que os processos educativos ocorram em todos os contatos da usuária com o serviço, estimulando-a a realizar os exames de acordo com a indicação (BRASIL,2013).
Portanto, o enfermeiro deve desenvolver ações de promoção da saúde junto da população feminina, orientando as mulheres sobre a importância da realização periódica dos exames para diagnóstico precoce e tratamento da doença. Dar orientações relativas às medidas de prevenção é promover uma melhora qualidade de vida para essas mulheres.
Profª. Ma. Raquel Silveira Mendes
Docente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Ateneu.
Mestre em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde, especialista em Saúde Pública e graduada em Enfermagem.
Saiba mais sobre o Curso de Enfermagem da UniAteneu.