Oportunidade para o assistente social, elaboração de projetos e captação de recursos

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1. Introdução

Em um cenário social marcado por desigualdades e demandas crescentes, o papel do assistente social se torna cada vez mais estratégico na articulação de políticas públicas e na promoção de direitos. Contudo, para além da atuação tradicional no atendimento direto às populações vulneráveis, surge um novo campo de oportunidades: a elaboração de projetos sociais e a captação de recursos.

Nos últimos anos tem se tornado cada vez maior o investimento nessa área, tendo a necessidade de profissionais capacitados para tal, ampliando o alcance do Serviço Social, permitindo que o profissional contribua de forma propositiva na construção de soluções sustentáveis, inovadoras e transformadoras.

Dominar as ferramentas de planejamento, gestão e mobilização de recursos não apenas fortalece a prática profissional, mas também potencializa o impacto das ações sociais nas comunidades. Assim, refletir sobre essa oportunidade é essencial para compreender o futuro da profissão e a sua relevância no fortalecimento do Terceiro Setor e das políticas públicas.

2. Desenvolvimento

A elaboração de projetos sociais e a captação de recursos configuram-se hoje como áreas estratégicas para o fortalecimento do trabalho do assistente social. Em tempos de restrições orçamentárias e desafios na execução das políticas públicas, é fundamental que esse profissional amplie o seu olhar para além da atuação técnica e assistencial, assumindo também um papel de gestor e articulador de oportunidades.

A capacidade de planejar, elaborar e captar recursos para projetos sociais representa não apenas uma ampliação do campo de atuação, mas um avanço na autonomia e na efetividade das intervenções sociais. O assistente social, ao dominar essas ferramentas, passa a ser um agente protagonista na construção de soluções coletivas e sustentáveis. A elaboração de projetos permite transformar diagnósticos sociais em ações concretas, planejadas e com resultados mensuráveis.

Já a captação de recursos – seja por meio de editais públicos, parcerias privadas, instituições internacionais, leis de incentivo ou doações – possibilita a viabilização dessas ações, garantindo a sua continuidade e alcance. Assim, o profissional deixa de atuar apenas na execução e passa também a ser parte fundamental da concepção e da sustentabilidade das políticas e iniciativas sociais.

Além disso, o envolvimento do assistente social com a gestão de projetos amplia o seu diálogo com outras áreas do conhecimento, como a cultura, educação, agricultura familiar, administração, economia solidária e a comunicação. Essa interdisciplinaridade enriquece a prática profissional, promove inovação e contribui para o fortalecimento do Terceiro Setor, espaço cada vez mais relevante na execução de políticas públicas e na defesa de direitos.

Vale destacar que cresce a cada dia o número de assistentes sociais que elaboram, captam recursos e executam projetos sociais seja no Terceiro Setor, empresas ou administração pública. Saliento que, de acordo com o Código de Ética do Assistente Social, constituem como direito deste profissional a “participação na elaboração e gerenciamento das políticas sociais, e na formulação e implementação de programas sociais” como também constituem como competência deste profissional: elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares. E elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil.

Portanto, investir na formação continuada em elaboração de projetos e captação de recursos é reconhecer que o Serviço Social precisa acompanhar as transformações do mundo contemporâneo. É abrir novas possibilidades de atuação, consolidar o compromisso ético com a justiça social e reafirmar que o assistente social, mais do que um executor de políticas, é um protagonista na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

3. Conclusão

Diante desse cenário, é inegável que a elaboração de projetos e a captação de recursos representam uma nova fronteira de oportunidades para o assistente social. Essa ampliação de competências não significa um afastamento dos princípios éticos da profissão, visto que essa competência encontra-se dentro dos instrumentos normativos de nossa profissão, reafirmando o compromisso com a transformação social e com a efetivação de direitos.

Ao se apropriar dessas ferramentas, o profissional fortalece a sua capacidade de intervir de forma planejada, criativa e sustentável, contribuindo para o desenvolvimento de iniciativas que realmente impactam as comunidades. Portanto, compreender e investir nessa área é essencial para que o Serviço Social avance em relevância e autonomia, consolidando-se como um campo não apenas de atendimento, mas também de proposição e inovação.

O futuro da profissão passa, inevitavelmente, pela capacidade de transformar ideias em projetos e projetos em realidades que geram dignidade, inclusão e esperança e, principalmente, o impacto social para as pessoas e comunidades atendidas.

Profª. Ma. Aline Braúna dos Santos
Coordenadora do Curso de Serviço Social do Centro Universitário Ateneu.
Mestra em Ensino na Saúde, especializanda em Elaboração de Projetos Sociais e Captação de Recursos, em Gestão em Saúde e em Auditoria nos Serviços de Saúde, especialista em Residência Multiprofissional em Saúde e em Saúde da Família e graduada em Serviço Social.

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