O ácido hialurônico (HA) é um polímero orgânico composto por ácido glucurônico e N-acetilglucosamina, produzido naturalmente pelo corpo humano em células denominadas fibroblastos. Com o avançar da idade, a síntese de HA pelas células diminui gradualmente, o que determina o surgimento de rugas e linhas de expressão. A versatilidade da molécula de HA permite que inúmeras ligações químicas ocorram, o que garante sua elevada capacidade em hidratar a pele. Destaca-se que um grama de HA poderá reter até seis litros de água. Desse modo, o HA garante boa hidratação, elasticidade e firmeza da pele.
O envelhecimento é um processo inevitável que acontece de forma natural. No entanto, a expectativa de vida tem aumentado e, como consequência disso, a necessidade de cuidados com a pele e a busca por estratégias e produtos que possibilitem uma aparência mais jovem. Desse modo, o uso do ácido hialurônico (HA) no gerenciamento do envelhecimento se tornou um procedimento padrão em todo o mundo. Em decorrência de suas propriedades reológicas e físico-químicas, o HA tem sido amplamente utilizado na correção de sulcos, rugas e harmonização facial.
Nesse contexto, o HA destaca-se dentre os preenchedores dérmicos com maior aplicabilidade na harmonização orofacial. O preenchimento subcutâneo com HA suaviza rugas estáticas, cicatrizes, promove o aumento do volume labial, correção nasal, preenchimento dos sulcos nasojugais (olheiras), sulcos nasogenianos (“bigode chinês”) e remodelamento facial. Suas propriedades hidrofílicas são responsáveis pelo aumento do volume tecidual.
É conveniente destacar que, o uso de HA não desencadeia reações inflamatórias, visto que essa molécula encontra-se presente nas camadas basais da pele. Entretanto, a despeito de seus benefícios, o uso de HA apresenta desvantagens como custo elevado e a baixa durabilidade dos resultados. Outro aspecto relevante é que alguns indivíduos, normalmente com hipersensibilidade conhecida poderão apresentar alergia aos componentes da injeção.
Na Odontologia, o uso do HA ultrapassa fins estéticos, sendo também utilizado em processos inflamatórios crônicos e agudos da cavidade oral, tais como gengivites, periodontites e úlceras orais. Convém salientar que o HA é degradado por espécies reativas de oxigênio, tais como radical superóxido e hidroxila, formadas durante o processo inflamatório pela infiltração de leucócitos e de outras células durante a fagocitose bacteriana. Ademais, as propriedades dessa molécula permitem que ela seja usada como um tratamento coadjuvante em processos de cicatrização e neogênese de tecidos reduzindo a dor e a inflamação.
Dessa forma, diversas técnicas de procedimentos injetáveis com HA são utilizadas na Odontologia. No entanto, torna-se imprescindível enaltecer que uma abordagem individualizada é fundamental na excelência dos resultados clínicos, proporcionando o bem-estar geral do paciente.
Profª. Drª. Nila Maria Bezerril Fontenele
Docente do Curso de Odontologia do Centro Universitário Ateneu
Doutora em Bioquímica, mestra em Engenharia Civil (Recursos Hídricos) e graduada em Ciências Biológicas
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