Enfrentando a violência de gênero na política

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Introdução

A violência de gênero na política representa uma grave ameaça à democracia, à equidade e à participação cidadã. Mulheres que ocupam cargos públicos ou se lançam em campanhas eleitorais frequentemente enfrentam agressões verbais, ataques nas redes sociais, ameaças físicas e tentativas de deslegitimação baseadas em estereótipos de gênero.

Esse fenômeno, embora historicamente invisibilizado, tem ganhado destaque nos debates contemporâneos sobre direitos humanos e justiça social, revelando a necessidade urgente de políticas públicas, ações institucionais e mobilizações sociais que garantam ambientes políticos seguros, inclusivos e respeitosos. Enfrentar essa violência é essencial para fortalecer a representatividade feminina, promover a igualdade de gênero e consolidar uma cultura democrática que valorize a diversidade e o respeito às diferenças.

Desenvolvimento

A violência de gênero na política é uma manifestação preocupante das desigualdades estruturais que permeiam a sociedade brasileira. Ela se expressa por meio de atitudes discriminatórias, discursos de ódio, assédio moral e sexual, ameaças e até agressões físicas contra mulheres que ocupam ou aspiram ocupar espaços de poder e decisão. Essa forma de violência não apenas compromete a integridade das vítimas, mas também enfraquece a democracia, ao limitar a representatividade e a pluralidade de vozes nos processos políticos.

Historicamente, o espaço político foi construído sob uma lógica patriarcal, que marginalizou a participação feminina e naturalizou a exclusão das mulheres dos centros de decisão. Mesmo com avanços legislativos, como a Lei nº 14.192/2021, que estabelece normas para prevenir e combater a violência política de gênero, os desafios persistem. Mulheres negras, indígenas, LGBTQIA+ e de outras minorias enfrentam barreiras ainda mais intensas, sendo frequentemente alvo de ataques que visam silenciar suas pautas e deslegitimar suas trajetórias.

O enfrentamento dessa violência exige ações articuladas em diferentes esferas. No campo institucional, é fundamental fortalecer mecanismos de denúncia e proteção, garantir a aplicação efetiva das leis e promover campanhas de conscientização sobre o respeito à diversidade e à equidade de gênero. No âmbito social, é necessário fomentar uma cultura política inclusiva, que valorize a participação feminina e combata estereótipos de gênero. A educação para a cidadania, o empoderamento das mulheres e o apoio de redes de solidariedade também são estratégias essenciais para transformar esse cenário.

Portanto, enfrentar a violência de gênero na política é um imperativo ético e democrático. Trata-se de garantir que todas as pessoas, independentemente de seu gênero, possam exercer plenamente os seus direitos políticos, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, plural e igualitária.

Conclusão

Em síntese, enfrentar a violência de gênero na política é um imperativo para a consolidação de uma democracia verdadeiramente inclusiva e representativa. A presença de mulheres e de pessoas de identidades de gênero diversas nos espaços de poder não pode ser apenas simbólica, mas efetiva e respeitosa. A superação das barreiras estruturais, culturais e institucionais que perpetuam a violência política de gênero exige ações coordenadas entre sociedade civil, instituições públicas e partidos políticos, com foco na educação para a equidade, na criação de mecanismos de proteção e na responsabilização dos agressores. Promover ambientes políticos seguros e igualitários é garantir que todas as vozes possam ser ouvidas e que a diversidade seja reconhecida como força transformadora na construção de políticas públicas mais justas e eficazes.

Profª. Ma. Soraia Pereira Jorge de Sousa
Docente do Curso de Serviço Social do Centro Universitário Ateneu.
Doutoranda em Educação, mestra em Psicologia e Subjetividade, especialista em Gerência de Recursos Humanos e graduada em Serviço Social.

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