Quando falamos de arquitetura brasileira, é inegável que o nome de maior popularidade nacional e internacional é o Oscar Niemeyer. O arquiteto deixou sua marca em grandes obras de arte pelo país, como as curvas do Complexo da Pampulha, em Belo Horizonte, o icônico museu “do olho”, em Curitiba e até mesmo no Palácio do Planalto, em Brasília.
Entretanto, há inúmeros arquitetos brasileiros que se equiparam a Niemeyer quando tratamos de genialidade e referência. Pensando nisso, trazemos neste artigo algumas das principais referências nacionais da arquitetura.
João Filgueiras Lima
Nascido em janeiro de 1932, o carioca João da Gama Filgueiras Lima, conhecido como Lelé, foi um dos maiores nomes da arquitetura moderna do país. Lelé se destacava devido a técnicas inovadoras de cunho estético e tecnológico, além de ter como foco o grande alcance social.
O arquiteto, durante seus mais de 50 anos como profissional, construiu inúmeras escolas, hospitais, universidades e prédios públicos. Além disso, Lelé colaborou no projeto de Brasília, ao lado de Oscar Niemeyer.
Tem como algumas obras importantes de sua carreira os hospitais da rede Sarah Kubitschek e o Palácio Thomé de Souza, atual sede da prefeitura de Salvador.
Lina Bo Bardi
A arquiteta Achillina Bo, mais conhecida como Lina Bo Bardi, nasceu em Roma, na Itália, em 1914, no entanto escolheu o Brasil como seu país mãe, assim se naturalizando brasileira. Lina Bo Bardi foi um dos principais nomes que deram espaço para a mulher no campo da arquitetura brasileira no século XX, ambiente que era predominante pelo homem.
Lina realizou alguns trabalhos de artes plásticas, cenografia e design de móveis, no entanto seus maiores projetos estão no campo arquitetônico, entre eles o Museu de Arte de São Paulo (MASP).
Além disso, a arquiteta realizou obras como a Casa de Vidro, local em que viveu por 40 anos e que hoje é sede do Instituto Lina Bo e Pietro Maria Bardi. Também foi responsável pela obra do Sesc Pompéia, recuperação do Solar do Unhão, a Igreja do Espírito Santo e o Teatro Oficina.
Oscar Niemeyer
É impossível formular uma lista com as mentes brasileiras mais influentes na arquitetura nacional e deixar de fora Oscar Niemeyer. Nascido no Rio de Janeiro em 1907, o arquiteto tem influência em diversos edifícios públicos de Brasília, tendo, inclusive, orientado o projeto da cidade em si ao lado de Lúcio Costa.
Com sua característica inconfundível do uso de concreto, vidro, curvas e vãos livres, realizou mais de 600 obras pelo mundo, inclusive a sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York.
Já no Brasil, além de Brasília, alguns dos edifícios dos mais importantes escalões políticos e jurídicos do país dispõe de seu traço. Entre eles estão o Palácio da Alvorada, que é a residência presidencial, o Palácio do Planalto, sede do poder executivo, o edifício do Supremo Tribunal Federal, além do Congresso Nacional, a Catedral e o Teatro Nacional.
No âmbito cultural, Niemeyer projetou o Museu Oscar Niemeyer, apelidado de museu do olho, o Museu de Arte Contemporânea e o Sambódromo do Rio de Janeiro.
Roberto Burle Marx
Nascido em São Paulo em 1909, Roberto Burle Marx foi, além de arquiteto, ceramista, decorador, desenhista, designer de joias, escultor, gravador, litógrafo, paisagista, pintor e tapeceiro.
Durante sua infância, Burle Marx se mudou com a família para o Rio de Janeiro, local em que cultivou seu primeiro jardim. Posteriormente, em 1928, Burle Marx teve que viajar até Berlim, na Alemanha, para fazer um tratamento oftalmológico. Foi nesta viagem que o arquiteto conheceu o Jardim Botânico alemão, local que abrigava diversas espécies de plantas brasileiras, fazendo do paisagismo a maior paixão de Burle Marx.
Voltando para o Brasil em 1930, ele ingressou na Escola Nacional de Belas Artes, onde estudou com Cândido Portinari e conviveu com grandes nomes da arquitetura moderna como Oscar Niemeyer, Hélio Uchôa e Milton Roberto.
Durante sua carreira, Roberto Burle Marx foi autor de mais de três mil projetos de paisagismo em 20 países, sendo responsável por grandes feitos como os paisagismos do Parque Ibirapuera, em São Paulo, do Parque Ecológico, em Recife, e dos Jardins do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte.
Rosa Kliass
Assim como Roberto Burle Marx, a paulistana Rosa Kliass se tornou uma das maiores referências do paisagismo brasileiro, sendo a primeira mulher arquiteta paisagista do país.
Teve amplo destaque na aceitação do paisagismo brasileiro, proporcionando uma valorização dos elementos locais por meio do planejamento urbano. Entre as suas obras destacam-se o Parque do Forte, em Macapá, e o Parque Zoobotânico Mangal das Garças, no Pará.
Severiano Mário Porto
O mineiro Severiano Mário Porto ficou popularmente conhecido como arquiteto da floresta. O apelido se deu devido ao seu estilo único que mesclava técnicas de ribeirinhos com inovações modernas, fazendo com que sua identidade criativa fosse no modelo de arquitetura amazônica e sustentável.
Suas obras eram feitas com materiais sustentáveis pensados no melhor desempenho térmico, além de ter um enfoque na valorização da luminosidade natural e na resistência às chuvas, típicas da região amazônica.
Entre suas mais populares obras estão o Centro de Proteção Ambiental de Balbina, no Amazonas, e o Parque Urbanização de Ponta Negra, em Manaus.
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