Nos últimos anos, a ventosaterapia ganhou destaque como uma técnica complementar em diversos atendimentos terapêuticos, incluindo a Fisioterapia. Essa prática, que utiliza ventosas para criar sucção na pele, promete benefícios como alívio de dores musculares, redução de tensões, e melhora da circulação sanguínea. No entanto, apesar de sua crescente popularidade, a aplicação dessa técnica não é recente e exige muito mais do que habilidade manual; demanda um profundo conhecimento em Fisiologia Humana e critérios éticos bem estabelecidos.
A Fisioterapia é uma ciência respaldada por estudos sólidos e pela prática baseada em evidências. O fisioterapeuta, como profissional de nível superior, tem a responsabilidade de fundamentar as suas intervenções em princípios científicos claros, avaliando cada caso de forma individualizada. Nesse contexto, a ventosaterapia, assim como qualquer outra abordagem terapêutica, não deve ser empregada de maneira indiscriminada ou como uma mera “cópia” do que é observado, por exemplo, nas redes sociais.
A Internet, embora seja uma excelente ferramenta de disseminação de informações, muitas vezes apresenta técnicas de forma simplificada ou descontextualizada, ignorando a complexidade de cada quadro clínico. Além disso, vídeos sensacionalistas costumam ludibriar a população ao prometerem tratamentos milagrosos, criando falsas expectativas e desvalorizando a importância da avaliação criteriosa e individualizada.
É essencial que o profissional compreenda os mecanismos de ação da ventosaterapia e saiba identificar as suas indicações e contraindicações. Por exemplo, a aplicação indiscriminada pode causar hematomas, lesões na pele e até complicações em pacientes com condições específicas, como distúrbios de coagulação ou fragilidade capilar. Portanto, sem uma avaliação criteriosa e a definição clara dos objetivos terapêuticos, a prática pode perder o seu propósito e eficácia.
Quando bem aplicada, a terapia por ventosas pode ser uma poderosa aliada no arsenal de técnicas do fisioterapeuta, contribuindo para o alívio de sintomas e a promoção do bem-estar. Porém, para que isso ocorra, o profissional precisa buscar capacitação contínua, participando de cursos e atualizações que forneçam não apenas o conhecimento técnico, mas também o embasamento teórico necessário.
Por fim, é fundamental lembrar que o fisioterapeuta é o guardião da integridade e da segurança de seus pacientes. A adoção de qualquer técnica, incluindo a ventosaterapia, deve ser pautada em um compromisso com a ética, o estudo constante e o respeito às individualidades de cada paciente. Somente assim será possível oferecer um atendimento de qualidade, que valorize a ciência e honre a profissão.
Prof. Me. Daniel Nogueira Barreto de Melo
Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Ateneu.
Mestre em Fisioterapia e Funcionalidade, especialista em Fisioterapia Esportiva, em Osteopatia Estrutural e em Fisioterapia em Traumatologia e Ortopedia e graduado em Fisioterapia.
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