A importância da prática de atividade física para a saúde humana tem sido amplamente difundida pelos meios de comunicação, estimulando uma grande procura das pessoas por informações sobre o tema. Tendo em vista as dificuldades socioeconômicas enfrentadas pela população brasileira, atividades essenciais acabam sendo diretamente afetadas. Nesse cenário, apesar de sua notável importância, a prática de atividades físicas é vista apenas como complementar, e não como uma necessidade importante para a saúde. Consequentemente, a população passa a consumir informações difundidas de forma informal e com caráter meramente cultural, difundidos de geração em geração de forma empírica, influenciando também a alimentação e os cuidados com a saúde.
Tal realidade provoca a realização de práticas ultrapassadas ou contraindicadas pela ciência, acarretando riscos de eventos negativos, tanto agudos – como a parada cardiorrespiratória e as lesões músculo-articulares – como crônicos, como desgastes osteoarticulares. Assim sendo, esse panorama acaba por favorecer também a propagação de pessoas sem a formação específica para o desenvolvimento da profissão, fazendo uso de ferramentas de comunicação digital para difundir orientações duvidosas ou mal-intencionadas a fim de conseguir vantagens financeiras ou de imagem indevidamente, indicando produtos como suplementos, equipamentos, vestuários, estratégias alimentares e até mesmo substâncias ilegais.
Dessa forma uma atuação mais pertinente na divulgação sobre os benefícios da orientação correta e os riscos da divulgação informal por parte de entidades oficiais responsáveis pela profissão poderia contribuir para o fortalecimento da imagem dos profissionais no plano social, gerando um posicionamento melhor da prática de atividade física na classificação de prioridades da população, promovendo a atuação dos profissionais especialistas na área.
Por fim, chega-se à conclusão que políticas públicas de incentivo à atividade física na saúde realizadas por meio do Sistema único de Saúde (SUS) poderiam ser a solução para a camada da população com menos recursos financeiros. À vista disso, ressalta-se que investimentos na saúde preventiva são mais econômicos quando postos em comparação com o tratamento de doenças diretamente ligadas com a falta de atividade física e maus hábitos alimentares, que são as causas principais de morte, aposentadoria precoce ou afastamento do trabalho, que poderiam gerar resultados muito impactantes na saúde da população e trazer oportunidades para os profissionais da Educação Física, posicionando estes profissionais como fundamentais para a sociedade.
Prof. Luís Ernesto Pereira Salgado Borges
Docente do Curso de Educação Física do Centro Universitário Ateneu
Especialista em Fisiologia do Exercício e graduado em Educação Física
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