A odontologia é uma profissão historicamente marcada por cenários polares. Um lado fortemente evidenciado pela destreza manual e por outro, um sólido embasamento científico. Enquanto em alguns países faz parte do currículo do Curso de Medicina, em outros tem seu próprio curso e currículo reconhecidos. Se por um lado tem um forte segmento histórico privatista, por outro uma ascendente relevância no serviço público.
De um ofício exercido por barbeiros a um apêndice da Medicina, a partir de um ramo especializado denominado Estomatologia (PEREIRA, 2012, GOMES; RAMOS, 2015) e atualmente, com curso próprio, de grande procura por jovens e adultos, como primeira graduação e até mesmo, segunda graduação. Arte, ciência, técnica, status, estética e até mesmo, medo, são palavras símbolos que acompanham e diferenciam a Odontologia.
A Segunda Guerra Mundial abriu os olhos de gestores, líderes e catedráticos para um novo cenário de saúde pública. Alma-Ata, Ottawa e Adelaide são exemplos de conferências que tinham como objetivos discutir e lançar metas para uma saúde pública cada vez mais voltada para a promoção e prevenção da saúde. Foi a semente da ruptura do mindset de uma saúde até então predominantemente privada para uma saúde pública com desafios cada vez mais complexos e abrangentes.
Ao longo de um século de discussão, hoje é inegável a solidez de um conceito da Odontologia Social e Saúde Bucal Coletiva com ênfase na promoção, prevenção e social. A Odontologia Social e Preventiva parte do tripé da Saúde Coletiva, alicerçada em fundamentos epidemiológicos e vigilância em busca de métodos de educação em saúde e prevenção às doenças comuns mais prevalentes em caráter populacionais.
O estudante tem a oportunidade de aprofundar o conhecimento científico da profissão aplicado para nas construções sociais ao mesmo tempo em que dialoga com reflexões políticas, econômicas e morais na sua dimensão educativa. Dentre os muitos assuntos trabalhados, podemos citar: saúde pública, epidemiologia, semiologia e diagnóstico bucal, métodos preventivos usados na Odontologia, educação em saúde e avaliação de necessidades sócio- odontológicas.
REFERÊNCIAS
GOMES, Doris; RAMOS, Flávia Regina Souza. O profissional da odontologia pós-reestruturação produtiva: ética, mercado de trabalho e saúde bucal coletiva1. Saúde e Sociedade, v. 24, p. 285-297, 2015. Disponível em https://www.scielo.br/j/sausoc/a/byCNpZDZKMRPzLfXfFVnnMb/?lang=pt&format=pdf Acesso em 30 set. 2021
PEREIRA, Wander. Uma história da Odontologia no Brasil. Revista História & Perspectivas, v. 25, n. 47, 2012. Disponível em http://www.seer.ufu.br/index.php/historiaperspectivas/article/view/21268/11525 Acesso em 30 set. 2021.
Prof. Me. Emanuel Rodrigues Morais
Docente do Curso de Odontologia do Centro Universitário Ateneu
Mestre em Saúde Coletiva, especialista em Práticas Clínicas voltadas para a Estratégia Saúde da Família e graduado em Odontologia
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