A crescente violação de mulheres torna necessário falar sobre a feminilidade na masculinidade do homem. As perspectivas sobre as condutas femininas constroem premissas irredutíveis para os homens, sendo válido ressaltar que a construção desse teor se deu de modo histórico, intrinsecamente entrelaçado com questões culturais que contemplam machismo e patriarcalismo.
A fim de firmar do que se trata tais termos, culturalmente foi sendo construída a sensação de virilidade e autossuficiência do homem, emergindo a manifestação de grau acentuado de masculinidade, dando margem às externalizações machistas. Associado ao exposto, a nuance do patriarcado centralizada no homem traz o domínio social que tem, por si só, que é o poder.
As raízes firmadas de forma temporal vêm degradando a imagem da mulher e, por muitas vezes, o seu ser de maneira integral. As violências são camufladas, manifestadas por comportamentos que já foram naturalizados e habitualmente vivenciados. Faz-se preciso transcender, então, o entendimento da violação para além do físico.
Bater em uma mulher fere sua feminilidade tanto quanto abusar, ameaçar, caluniar ou extorquir. Compreender também a violência sexual, psicológica, moral e patrimonial contra o ser feminino envolve uma transformação da masculinidade, permeia uma reconfiguração do homem, gerando a ruptura da supremacia masculina em detrimento da existência da mulher.
Para a extinção da violação feminina, uma desconstrução dos parâmetros masculinos é urgente. Outros vislumbres por parte do homem precisam vir à tona, quesito que só se faz possível por meio da educação, de si ou das demais gerações, dos pais aos filhos. Cabe a todos, independente de gênero, promover olhares salutares sobre a mulher, agindo, assim, sem violentá-la.
Profª. Ma. Jéssica Layanne de Sousa Lima
Docente do Curso de Psicologia do Centro Universitário Ateneu
Mestra em Ciências Médicas, especialista em Psicologia do Trânsito e em Neuropsicodiagnóstico e graduada em Psicologia
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