Em busca de uma farmácia mais integrada e resolutiva

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Introdução

A formação do farmacêutico no Brasil evoluiu nas últimas décadas, com avanços técnicos, científicos e regulatórios. No entanto, ainda há desafios na prática profissional real. Muitos egressos demonstram excelência técnica, mas têm dificuldade em integrar saberes e atuar em equipes multiprofissionais. Nesse contexto, a interdisciplinaridade desponta como um caminho essencial para tornar a Farmácia mais humana, ética e resolutiva, atendendo melhor às demandas da sociedade atual.

Desenvolvimento

Interdisciplinaridade não é apenas reunir conteúdos, mas integrar saberes, através da união efetiva de diferentes áreas do conhecimento, como fisiologia, bioquímica, ciências humanas e comunicação. Um farmacêutico tecnicamente preparado, mas que ignora aspectos sociais e culturais do paciente, tende a oferecer um cuidado fragmentado.

Em áreas como farmácia clínica e análises laboratoriais, é fundamental compreender o paciente de forma integral. Interpretar exames exige considerar hábitos, acesso ao tratamento e contexto social, algo que só se desenvolve com vivências interdisciplinares desde a graduação.

Atuar no SUS ou em residências multiprofissionais exige mais do que domínio técnico: requer a capacidade de dialogar com outras áreas da saúde. A ausência dessa habilidade compromete o cuidado integral e reduz a efetividade das ações em saúde coletiva. Outro exemplo é o conhecido tripé universitário com base no ensino, pesquisa e extensão, no qual a interdisciplinaridade não apenas favorece soluções contextualizadas, como também estimula uma postura crítica, ética e colaborativa por parte dos estudantes.

Conclusão

Diante dos desafios da saúde contemporânea, promover a interdisciplinaridade na formação farmacêutica não é apenas uma tendência pedagógica, mas uma necessidade urgente. A valorização de práticas integradas, do diálogo entre saberes e da escuta ativa do outro representa um avanço em direção a uma Farmácia mais humana, crítica e resolutiva. Para além das habilidades técnicas, o futuro do farmacêutico depende da sua capacidade de atuar como um agente de cuidado integral, consciente do seu papel social e ético na promoção da saúde.

Prof. Dr. Paulo Iury Gomes Nunes
Docente do Curso de Farmácia do Centro Universitário Ateneu.
Doutor e mestre em Ciências Médicas, em Análise Química Instrumental, em Biotecnologia, em Estética e Cosmetologia e em Análises Clínicas e Microbiologia e graduado em Farmácia.

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