O papel estratégico da Enfermagem diante dos efeitos adversos dos medicamentos cardiovasculares

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As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de internações e mortalidade no Brasil e no mundo, o que torna os tratamentos farmacológicos uma das bases fundamentais no cuidado desses pacientes. Nesse cenário, a atuação da equipe de Enfermagem vai muito além da administração dos medicamentos: envolve conhecimento técnico, capacidade de observação clínica e tomada de decisões diante de efeitos adversos. Compreender os riscos e as intervenções adequadas relacionadas aos fármacos cardiovasculares é, portanto, uma exigência para a prática segura e eficaz da Enfermagem.

É notório que medicamentos como betabloqueadores, inibidores da ECA, diuréticos e anticoagulantes são amplamente utilizados na terapêutica cardiovascular. No entanto, seus efeitos adversos como bradicardia, hipotensão, hipocalemia, sangramentos e reações alérgicas, representam riscos que exigem vigilância contínua por parte da equipe de Enfermagem. Ignorar tais manifestações pode comprometer a evolução clínica e até colocar a vida do paciente em risco.

A Enfermagem, ao manter contato direto e contínuo com o paciente, é a primeira a identificar sinais precoces de reações adversas. Para isso, é indispensável conhecer a farmacodinâmica e a farmacocinética dos principais fármacos utilizados, bem como as condutas imediatas a serem adotadas. Por exemplo, ao identificar um quadro de hipotensão induzido por nitratos, cabe ao profissional posicionar adequadamente o paciente, interromper a infusão se necessário e comunicar a equipe médica com agilidade.

Além disso, a capacitação contínua sobre medicamentos cardiovasculares permite que o profissional de Enfermagem atue também na orientação ao paciente, promovendo a adesão ao tratamento e prevenindo complicações no domicílio. O cuidado qualificado exige atualização constante e senso crítico para distinguir efeitos esperados daqueles que configuram urgência.

A compreensão dos efeitos adversos e das intervenções associadas aos medicamentos cardiovasculares não é um diferencial, mas uma necessidade na prática da enfermagem contemporânea. Investir em formação técnica, protocolos de segurança e educação permanente fortalece a autonomia do profissional e eleva a qualidade da assistência prestada. Em um campo tão sensível quanto o cuidado cardiovascular, a Enfermagem bem preparada salva vidas, não apenas pelo que administra, mas pelo que sabe, observa e decide.

Prof. Denilson Félix Teixeira dos Anjos
Docente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Ateneu.
Especialista em Urgência e Emergência, graduado em Enfermagem e instrutor do Advanced Cardiovascular Life Support pela American Heart Association (ID: 08200887063).

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