Sabe-se que o esporte nos proporciona sensações de bem-estar físico e mental, que favorece a redução da ansiedade, possibilita a socialização, dentre vários outros benefícios. Na corrida, estabelecemos metas de curto, médio e longo prazo. A planilha de treinos é feita semanalmente e avaliada a partir de seu desempenho em vários aspectos (tempo e ritmo, por exemplo) que favorecerão a preparação para cumprir o seu objetivo final a longo prazo.
Porém, no decorrer deste processo, é natural que o corpo sinta a mudança de esforço e, na busca pelo conforto, sinta-se dolorido, cansado, e nossa mente peça para parar, mesmo quando entendemos que podemos ir além. E, assim, também é a vida. Quando queremos algo e achamos que somos capazes, basta um momento de dor ou que exija um pouco mais de intensidade, para que desistamos. Processos de mudança e evolução podem ser dolorosos e demandam mais energia do que estamos habituados.
Entretanto, é possível perceber, ainda no contexto da corrida, como também lidamos com nossas limitações, frustrações, autoestima e superação, assim como na vida. Perceber o meu esforço, perceber o meu corpo, reconhecer meus limites e minhas dores, saber o momento de ir além, mas também de recuar e se permitir parar. Entender que o descanso faz parte do processo, bem como as mudanças de rotas.
Assim como na corrida, na vida, cada um tem seu ritmo, seus objetivos, seu tempo e seu processo. Terão momentos que seguiremos com outras pessoas, outros momentos em que precisaremos seguir sozinhos para respeitar e sustentar nossas passadas. Que possamos nos respeitar mais.
Profª. Marcella de Oliveira França
Docente do Curso de Psicologia do Centro Universitário Ateneu
Especializanda em Especialização em Preceptoria Multiprofissional na Área da Saúde e em Clínica em Gestalt-Terapia, especialista em Residência Integrada em Saúde e graduada em Psicologia.
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