Plantão psicológico como estratégia de saúde mental na contemporaneidade

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“Vivemos tempos líquidos. Nada é para durar” (Bauman, 2001). Se lançarmos o olhar à nossa volta, em nossas relações cotidianas, familiares, de trabalho, amigos e amorosas, perceberemos o quanto a sociedade em sua atual configuração (de um ideal de felicidade) urge por um cuidado em saúde mental. Compreende-se que, frente a toda a dificuldade de acesso a determinados equipamentos de saúde e a baixa renda de uma boa parte da população, não existe um caminho fácil para o referido cuidado.

Neste sentido, consideramos importante apresentar a modalidade clínica do plantão psicológico como uma possibilidade de cuidado e acesso à saúde mental de uma forma mais precisa, mesmo que pontual. O plantão psicológico é um serviço que se propõe ao cuidado na urgência psicológica. No cenário atual, vemos que em meio a tantos diagnósticos de ansiedade, depressão, síndrome de burnout, dentre fobias e outras questões importantes, este serviço se faz mais do relevante, mas uma necessidade.

Em sua configuração basilar, o plantão pode ocorrer em poucos atendimentos, com foco na urgência e em espaços diversos, como escolas, clínicas, hospitais e afins. Cada espaço apresenta possibilidades de sofrimentos e crises específicas, as quais a presença do psicólogo que consegue acolher e intervir em meio a urgência que se torna fundamental.

É possível ainda, por meio dessa leitura, refletir sobre os aspectos urgentes que tratamos aqui como cenário atual da sociedade. O ideal de felicidade estampado nas redes sociais, a medicalização e patologização da infância e da vida como um todo e a urgência pelo cuidado psicológico têm se tornado algo comum e beirando a normalidade.

A crítica e reflexão levantadas dizem sobre nossos processos de adoecimento mental em meio às mais diversas questões que vem surgindo como parte do momento histórico que estamos vivendo. Torna-se, portanto, necessário mais do que serviços que acolham as demandas atuais de sofrimento e falta de sentidos, mas espaços reflexivos e que possibilitem críticas ao que aparece como normal, um normal que adoece.

Prof. Francisco Luan de Souza Carvalho
Docente do Curso de Psicologia do Centro Universitário Ateneu
Mestrando em Psicologia, especializando no MBA em Gestão de Pessoas, especialista em Psicologia Existencial, Humanista e Fenomenológica e em Psicologia Social e graduado em Psicologia e Pedagogia.

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