A dor de cabeça tensional, também conhecida como cefaleia tensional, é caracterizada como sendo uma dor persistente na região posterior da cabeça, sendo descrita como uma faixa apertada ou pressão constante ao redor da mesma. Mundialmente, afeta milhões de pessoas, debilitando e impactando na produtividade e a qualidade de vida, gerando frequentes afastamentos no trabalho e no lazer. O tratamento convencional se baseia no uso de analgésicos e relaxantes musculares, fisioterapia passiva (Tens, ultrassom e infra-vermelho) e repouso.
Porém, sabemos que essas abordagens são paliativas e não resolvem completamente o problema. Umas das intervenções que vem crescendo muito no tratamento da cefaleia de tensão é a quiropraxia, que tem mostrado bons resultados nesse campo. A quiropraxia, uma disciplina da saúde focada no diagnóstico, tratamento e prevenção de distúrbios musculoesqueléticos, especialmente, os da coluna vertebral, oferece uma perspectiva única sobre a cefaleia tensional.
A premissa central é que disfunções na coluna cervical podem gerar um impacto significativo na ocorrência e intensidade dessas dores de cabeça. Essas disfunções, muitas vezes causadas por má postura, estresse ou lesões, levam a uma tensão muscular excessiva e à irritação dos nervos que se originam na região do pescoço, irradiando para a cabeça e culminando na cefaleia tensional.
Um quiropraxista habilidoso realiza uma avaliação minuciosa da coluna vertebral, procurando por desalinhamentos ou restrições de movimento nas vértebras cervicais. Os ajustes quiropráticos específicos são manipulações passivas suaves e controladas das articulações, com objetivo de restaurar o alinhamento e a mobilidade normal da coluna. Ao fazer isso, a pressão sobre os nervos é aliviada, a tensão muscular é reduzida e a comunicação entre o cérebro e o corpo é otimizada.
Outro ponto específico da quiropraxia é a sua ação no stress. Neste caso, há uma diminuição de neurotransmissores como dopamina, serotonina, endorfina que podem provocar irritabilidade, privação de sono e contraturas musculares (pontos gatilhos), gerando dores no corpo todo. Já é comprovado que os ajustes quiropráticos atuam elevando níveis de endorfinas na medula e no sistema nervoso central, aliviando assim as dores musculoesqueléticas e melhorando padrões de sono e reduzindo picos de stress.
É importante ressaltar que a quiropraxia não é uma solução “mágica”, mas sim uma abordagem que lida com a causa subjacente da dor, em vez de apenas mascarar os sintomas. Muitos pacientes relatam uma diminuição significativa na frequência e intensidade de suas cefaleias tensionais, e alguns chegam a experimentar alívio completo após um tratamento quiroprático. Além dos ajustes, os quiropraxistas frequentemente fornecem orientações sobre ergonomia, exercícios posturais e técnicas de gerenciamento de estresse, complementando o tratamento e auxiliando na prevenção de futuras crises.
Porém, esses ajustes cervicais não devem ser feitos por qualquer pessoa. O profissional quiropraxista realiza uma avaliação minuciosa a fim de encontrar a real causa da dor e busca por eventuais red flags, que são situações onde o paciente não pode realizar a técnica de manipulação. Nestes casos, e em casos em que o paciente sente medo em realizar a técnica, o profissional quiropraxista utiliza outras técnicas como alongamentos, mobilizações articulares e exercícios específicos.
Em um mundo onde a dependência de medicamentos é cada vez maior, considerar a quiropraxia como uma opção para a cefaleia tensional oferece uma alternativa natural e não invasiva, sem efeitos colaterais. Para aqueles que buscam um alívio duradouro e uma abordagem que visa a saúde integral, a quiropraxia pode ser a chave para finalmente liberar-se das amarras da cefaleia tensional e retomar uma vida com mais conforto e bem-estar.
Prof. Dr. Eduardo de Almeida e Neves
Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Ateneu.
Doutor em Biotecnologia, especialista m Educação a Distância, especializando em Quiropraxia e graduado em Fisioterapia.
Saiba mais o Curso de Fisioterapia da UniAteneu.
