Nos primeiros meses do ano de 2020, nos vemos em uma situação de alerta devido à rápida proliferação da Covid-19. Com isso, presenciamos toda uma mudança na sociedade e, principalmente, na Educação, a qual tivemos que nos adaptar às novas formas de ensino. Escolas e professores se viram desafiados, em poucos dias, a superar os principais pontos de limitação das aulas online para a Educação Infantil.
Mesmo com meses de isolamento social e com salas de aulas vazias, esse momento deve ser marcado também por fases importantes de aprendizados. A rotina escolar não pode parar e as instituições de ensino não podem deixar de promover o desenvolvimento intelectual das crianças.
A Educação Infantil está dividida entre creche e pré-escola. A faixa etária da creche compreende de 0 a 3 anos de idade e a pré-escola atende crianças com idade de 4 e 5 anos. Sabendo disso, podemos nos perguntar: como ensinar crianças com essa idade de forma remota? Para que as aulas online tenham eficiência, é necessário que a gestão e os professores conheçam as possíveis dificuldades para que possam trabalhar em cima destas. Destaco aqui alguns questionamentos que podem/devem ser levados em consideração.
Como manter o planejamento fora de sala? Como entregar as atividades pedagógicas aos alunos de forma eficiente? Qual ferramenta utilizar para isso? Como instruir os familiares a desenvolverem as atividades propostas pela escola?
Com a ausência das aulas presenciais, isso não impede que os planejamentos devam ser seguidos, mas nesse momento será de grande importância a adequação do plano para contemplar a ação remota desenvolvida pelos professores, para que desta forma, sejam viáveis a execução e a aplicação dos conteúdos e das atividades.
No planejamento, o docente precisa deixar claro o objetivo e as habilidades que vai desenvolver em cada atividade. Algo que não se pode esquecer é se a sua aplicabilidade será possível dentro dessa nova rotina escolar. Ao entregar a atividade, é necessário apresentar possíveis adaptações ou substituições, pois as famílias muitas vezes não disponibilizam de materiais didático-pedagógicos para a realização de atividades.
As escolas devem viabilizar um canal de comunicação acessível aos pais. No ensino remoto, é crucial construir uma comunicação sólida, aberta e ativa com os familiares e responsáveis. Ferramentas como a agenda digital, WhatsApp e e-mail são algumas opções para descomplicar o encaminhamento de comunicados. Outra sugestão é gravar vídeos curtos para orientar os responsáveis e as crianças. Isso faz com que as crianças se sintam confortáveis e seguras de assistir a um rosto conhecido e a voz do seu professor.
Seja qual for o canal escolhido, as escolas precisam ouvir ativamente os familiares, pois muitas dúvidas irão aparecer e não saberão como proceder, e para alinhar as expectativas, os pais precisam saber quais habilidades serão desenvolvidas naquele ano.
Para que o planejamento continue sendo seguido, é importante manter a frequência das atividades. Essa sequência didática garante a continuidade do desenvolvimento dos alunos, estimulando a aprendizagem por meio de tarefas diárias.
E para aquelas famílias que não têm acesso à tecnologia? É importante estimular o desenvolvimento cognitivo com estratégias simples e com ferramentas disponíveis em casa. É preciso estabelecer para as crianças uma rotina de contação de história, jogos e brincadeiras para desenvolver habilidades. Estas atividades devem ser indicadas e orientadas por professores.
É importante que a escola, os professores e as famílias alinhem suas expectativas, entendendo que esse é um momento atípico e que o processo de aprendizado sofre algumas alterações. Por outro lado, as possibilidades oferecidas pelo meio digital devem ser aproveitadas ao máximo para que esse impacto seja menor.
Profª. Drª. Bruna Germana Nunes Mota
Coordenadora do Curso de Pedagogia da UniAteneu
Doutora e mestra em Educação
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